A badalada transferência de Bruno Fernandes só pecou por tardia segundo o presidente do Sporting, Frederico Varandas, que assume o “erro” em não ter vendido o jogador no verão: “A venda de Bruno Fernandes era no verão. É um erro que assumo”. O clube recebeu um montante fixo de 55 milhões de euros, com a saída do camisola 8 da equipa para o Manchester United — em janeiro—, podendo ainda ficar com mais 25 milhões por objetivos.

Frederico Varandas justificou a urgência de transferir o capitão para assegurar a entrada nos “cofres” de 115 milhões de euros, a fim de satisfazer necessidades de tesouraria na ordem dos 215 milhões de euros — que já tinha contado com o encaixe financeiro de 65 milhões de euros da antecipação de receitas da NOS, em março de 2019.

55+5+5+15 e 10% da mais-valia: os números oficiais da venda de Bruno Fernandes ao Manchester United

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Em entrevista ao jornal Record (dividida em vários blocos, exclusiva para assinantes), Frederico Varandas reconheceu que o planeamento da temporada foi prejudicado pela permanência de Bruno Fernandes. “O momento de Bruno Fernandes ser vendido era no mercado de verão. E preparámos a época como adquirida a venda de Bruno Fernandes. Esse é um dos erros que eu, como líder, assumo”, disse o dirigente leonino, admitindo que, então, recebeu uma proposta pelo médio de 45 milhões de euros, aos quais se podiam somar 20 por objetivos.

Já sobre os maus resultados que a equipa tem vindo a alcançar, Varandas diz-se “preocupado” e não diz ainda ter a ambição de alcançar “no mínimo” o terceiro lugar na I Liga. Quanto à renovação de contrato com Silas, Varandas empurrou para uma avaliação no fim da temporada, na mesma altura em que terminará o vínculo contratual com o treinador. “No final, sentamo-nos e avaliamos. Ainda temos 15 jornadas pela frente, 45 pontos. Estamos nos 16 avos da Liga Europa”, disse.

Até maio, este Sporting só pode perder mais três vezes para evitar a pior temporada de sempre do clube

Atualmente no quarto lugar da I Liga, com 32 pontos, o líder leonino assumiu a preocupação com a possibilidade de 2019/20 ser a pior época de sempre do clube [em 2012/13 terminou em sétimo, a 36 pontos do campeão FC Porto, com 10 derrotas num campeonato com 16 equipas].

Claro. Dobrámos para a segunda volta. Independentemente das condicionantes, de forma objetiva e fria, é uma primeira volta má. Temos 45 pontos pela frente e temos de conquistá-los. A história é o que é. Muitos lembram-se do sétimo lugar. Mas olho para cima e não para baixo”, vincou.

Apesar de tudo, Varandas termina a primeira parte da entrevista ao jornal desportivo assinalando que o clube está em melhor situação desde que chegou à presidência. “Hoje, com todo o ruído que possa haver, com toda a desilusão que tem havido no futebol, o Sporting está melhor do que há 16 meses? Não. Está muito melhor. Muito melhor”, concluiu.