Três meses. Em todas as competições — Liga, Taça de Portugal, Taça da Liga e Liga dos Campeões –, o Benfica não perdia há três meses. A última vez tinha sido a 5 de novembro, precisamente para a Champions, contra os franceses do Lyon: de lá para cá, a equipa de Bruno Lage não mais tinha voltado a sofrer qualquer derrota, registo que alimentou a liderança da classificação, a chegada à Liga Europa e o apuramento para as meias-finais da Taça de Portugal. Este sábado, três meses depois, o Benfica voltou a perder.

Sérgio, nome de aluno do quadro de honra quer o apelido seja Conceição ou Oliveira (a crónica do FC Porto-Benfica)

E voltou a perder com o FC Porto. No final de agosto, Sérgio Conceição e companhia viajaram até Lisboa para derrotar o Benfica com golos de Zé Luís e Marega sem resposta. Este sábado, mais de cinco meses depois, num novo ano civil, numa nova metade da temporada, o FC Porto recebeu o Benfica no Dragão e voltou a ganhar, num jogo onde foi constantemente melhor. Naquele que foi repetidamente tido como o “jogo do título”, os dragões acabaram por rejeitar uma ideia muito veiculada nas últimas semanas: a ideia de que o Benfica poderia nem sempre ganhar mas dificilmente perdia.

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A eficácia dos encarnados, normalmente acima da média, foi o suficiente para a equipa de Bruno Lage ganhar os jogos onde nem foi brilhante nem claramente superior. Contra o FC Porto, essa ferramenta não bastou para evitar uma derrota perante uma equipa bem organizada e bem orquestrada por Sérgio Conceição. Na flash interview, o treinador encarnado garantiu que o resultado “foi pena” porque o Benfica partiu “com o objetivo de vencer”. “Acho que fizemos tudo o que tínhamos para fazer em termos ofensivos. Depois do primeiro golo partimos para uma exibição muito boa. Depois há o segundo golo e o terceiro… Na segunda parte tínhamos de esquecer o resultado e ir para o jogo. Tínhamos de colocar o jogo num ritmo muito alto e foi isso que fizemos. Em função disso, podíamos ter feito mais um golo. Pena a forma como sofremos os três golos, agora é continuar”, explicou Lage, que nos últimos instantes ainda viu cartão amarelo quando entrou no relvado para dar instruções a Grimaldo.

“O estado de alerta não se altera. Estou há 13 meses à frente da equipa, o estado de alerta é sempre máximo. Estamos sempre com a mesma motivação, vencer jogos. É com esse estado de alerta que vamos a Famalicão para chegar ao Jamor”, acrescentou o treinador, em referência ao jogo a meio da semana para a segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal e também aos quatro pontos de vantagem para o FC Porto e para o segundo lugar.

Com a derrota no Dragão, o Benfica pôs fim a uma série de 16 vitórias globais consecutivas e de 18 vitórias consecutivas fora de casa para a Liga, para além de ter chegado aos sete golos sofridos nos últimos três golos, algo que corresponde a 23% de todos os golos sofridos esta temporada. Mais do que isso, Bruno Lage volta a perder o confronto direto com Sérgio Conceição: em quatro jogos, leva uma vitória, três derrotas, cinco golos marcados e nove sofridos.