O filme “Invisível Herói”, da realizadora luso-francesa Cristèle Alves Meira, foi premiado como melhor filme europeu no Festival de Curta-Metragem de Clermont-Ferrand, que termina este sábado em França. A curta-metragem tinha sido selecionada para a competição internacional do festival, tendo recebido o prémio de melhor filme europeu, no valor de 1.500 euros.

“Invisível Herói” é uma coprodução entre França, Fluxus Films, e Portugal, Midas Filmes, e é distribuído internacionalmente pela Portugal Film — Agência Internacional de Cinema Português, tendo estreado mundialmente no Festival IndieLisboa e na Semaine de la Critique no Festival de Cannes.

O júri da competição internacional de Clermont-Ferrand que decidiu atribuir o prémio era composto por Alain Gomis (realizador), Marta Prus (realizadora, argumentista), Yuko Shimizu (ilustradora), Olivier Smolders (realizador, produtor) e Ken Wardrop (realizador, argumentista e produtor). Segundo fonte da Portugal Films, o prémio constitui “uma pré-nomeação para os European Film Awards”.

Cristèle Alves-Meira recebe o prémio francês numa altura em que prepara a primeira longa-metragem, a rodar em abril na região de Trás-os-Montes.

“Invisível Herói”, que foi exibido em 2019 no festival de Cannes, é protagonizado por Duarte, um homem de 50 anos, cego, que gosta de cantar e que procura um amigo, Leandro, para quem compôs uma canção.

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Cristèle Alves Meira contou à agência Lusa que fez esta curta-metragem por causa de Duarte Pina, um ator não profissional que conheceu há um ano, quando fazia um ‘casting’ para a primeira longa-metragem de ficção.

O filme é uma ficção a meio caminho entre “um mundo imaginário e um mundo interior”, ancorada em coisas reais da vida de Duarte Pina, como a incapacidade visual, uma certa fragilidade física, mas também um sentido de humor e jovialidade particulares.

Nascida em 1983 em Montreuil, Cristèle Alves Meira vive em Paris e tem raízes portuguesas entre Viana do Castelo e Trás-os-Montes, região à qual regressa várias vezes por ano para produzir azeite. Sobre a longa-metragem que prepara, a realizadora contou à Lusa que será mais focada “nas crenças de Trás-os-Montes, nesta coisa de bruxarias, da relação entre vivos e mortos”.

No Festival de Curta-Metragem de Clermont-Ferrand estava também “Tio Tomás, a Contabilidade dos Dias”, de Regina Pessoa, incluindo na competição nacional, uma vez que é uma coprodução entre Portugal, Canadá e França.

Extra-competição, foi apresentado em Clermont-Ferrand o filme “Entre Sombras”, de Mónica Santos e Alice Eça Guimarães, no programa “European Short Film Audience Awards”.