O clássico terminou pelas 22h30 de sábado mas promete durar por mais alguns dias, agora fora dos relvados: no seguimento do encontro com o FC Porto, que os dragões venceram por 3-2, o Benfica irá avançar com os pedidos de despenalização dos amarelos a Weigl e Vlachodimos, fazendo ainda participação disciplinar de Marega e Pepe por lances com Taarabt à Comissão de Instrutores da Liga e ao Conselho de Disciplina da Federação. A notícia foi confirmada pelo Observador junto de fonte oficial do clube encarnado.
Esta segunda-feira, o Benfica, através da sua newsletter oficial, já tinha apresentado uma série de críticas a tudo o que se passou no clássico, pedindo também árbitros estrangeiros para todos os jogos do clube e do FC Porto. “Fazemos o apelo para que a Liga Portugal e a FPF ponderem recorrer à nomeação de árbitros estrangeiros para os jogos do Benfica e FC Porto até final desta época porque existe um clima de coação e ameaça sobre os árbitros portugueses e as suas famílias que está em crescendo”, começou por defender o texto das águias.
“Aquela imagem de insufláveis gigantes, não só do Benfica, mas sobretudo do árbitro, pendurados no viaduto, diz tudo e expressa bem a hipocrisia de quem depois fala em ofensas a árbitros portugueses (…) Vimos sucessivas declarações de responsáveis do FC Porto a condicionarem e a ameaçarem as equipas de arbitragem e em especial a que fosse ao seu estádio. Vimos diversas Casas do Benfica a serem vandalizadas em diversas localidades apenas porque nessa semana havia um FC Porto-Benfica. Vimos adeptos de um clube que pacificamente foram festejar a chegada da sua equipa, serem atacados por uma espécie de gangues ou milícias organizadas que previamente usaram as redes sociais para ameaçarem a integridade física desses mesmos adeptos”, prossegue.
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“Vimos ser lançado, durante a madrugada, fogo de artifício junto do hotel da equipa do Benfica como forma de prejudicar o normal descanso dos jogadores, numa prática tradicional de uma espécie de boas-vindas à sua imaginária ‘Sicília’. Vimos, no dia do jogo, faixas com insultos e ameaças, e num espetáculo dantesco e degradante numa tradicional imagem de estados de narcotráfico, pendurados sob um viaduto como que enforcados, insufláveis gigantes equipados à Benfica e à equipa de arbitragem, numa espécie de mensagem de morte e condicionamento sobre tudo e todos, de quem se sente impune e gozando de um estatuto de intocável”, continuou, antes de deixar também “farpas” ao momento da vida interna do FC Porto para justificar essas atitudes.
“Quando a cada dia se torna mais visível o desvario financeiro, a desorganização e a ausência de projeto, há quem jogue tudo neste Campeonato, para preservar a sobrevivência de um modelo de poder que tem vindo a definhar, ano após ano. Por isso o momento é particularmente perigoso. E é em nome da defesa da integridade dos árbitros e das suas famílias que apelamos a uma reflexão séria da nossa proposta, inclusive prevista nos regulamentos desde 2016. O resto é fingir que nada se passa e fingir que o que se passou é normal”, concluiu.