O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, reuniu o Governo em Cabo Delgado para realizar uma visita de trabalho. Esta zona norte de Moçambique tem sido alvo de ataques armados, e estão a ser desenvolvidos megaprojetos de exploração de gás natural.

A visita surge dias depois do governo provincial ter anunciado que a violência que dura há dois anos já afetou 156.400 pessoas (25.000 das quais crianças, que perderam bens ou foram obrigadas a deslocar-se para longe de casa). Apesar de não fazer referência ao número de vítimas mortais, a soma feita a partir de relatos da população e referências das autoridades apontam para um mínimo de 350 a 400 mortos. Os ataques também têm sido uma constante, protagonizados por residentes que frequentam mesquitas, consideradas “radicalizadas” por estrangeiros, segundo os líderes islâmicos locais.

O Presidente da República admitiu em janeiro, em Londres, após contactos mantidos com empresas no final da cimeira Reino Unido – África, que a solução para o conflito deverá passar por apoio externo.

Os megaprojetos de gás vão colocar Moçambique no “top 10” dos produtores mundiais de gás natural a partir de 2022 e as obras em curso contam com algumas empresas e trabalhadores portugueses entre as dezenas de firmas contratadas pelos consórcio de petrolíferas.

Durante a estadia, o chefe do Estado moçambicano irá dirigir a habitual sessão do Conselho de Ministros das terças-feiras alargada ao governo provincial e outros quadros, divulgou a Presidência, em comunicado. Na agenda, Nyusi inclui ainda a realização de comícios com a população da província.

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