A líder do Sinn Fein, Mary Lou McDonald, pediu o apoio da União Europeia (UE) à reunificação da Irlanda, depois da vitória histórica do partido republicano nas eleições de sábado.

O Sinn Fein foi o partido mais votado, com 24,5%. O partido é no entanto o segundo em número de mandatos (37) no Dail (câmara baixa do parlamento, 160 lugares), atrás do Fianna Fail (centro-direita), que obteve 22,2% dos votos e detém 38 assentos, dado que não apresentou um número suficiente de candidatos.

O Fine Gael, do primeiro-ministro, Leo Varadkar, ficou-se pelos 20,9% (35), o Partido Verde 7,1% (12) e o Partido Trabalhista 4,4% (6).

Depois de décadas de partilha do poder na Irlanda entre o Fianna Fail e o Fine Gael, o Sinn Fein, antigo braço político do Exército Republicano Irlandês (IRA), pode com este resultado vir a liderar um governo de coligação e avançar com a reunificação.

A União Europeia deve tomar posição sobre a Irlanda, como fez quando apoiou a reunificação da Alemanha e da mesma forma que tem uma posição sobre Chipre de abordagem positiva à reunificação desse país”, disse a líder do Sinn Fein no programa da BBC Newsnight de segunda-feira à noite.

“A partição [da Irlanda] e a divisão foram um desastre e o caminho a seguir é a reunificação, a reconciliação e as boas relações com os nossos vizinhos”, sublinhou.

A maior parte da ilha da Irlanda separou-se do Reino Unido em 1921, com seis condados do norte, que formam a província da Irlanda do Norte, a manterem-se como parte integrante do Reino Unido.

No programa eleitoral, o Sinn Fein defende que o governo irlandês deve promover um processo de discussão e persuasão para organizar “um referendo, no norte e sul, sobre a Unidade Irlandesa”.

O governo britânico tem argumentado que não existem condições para esta consulta pública, que está prevista nos acordos de paz de 1998 para a Irlanda do Norte, e os outros dois principais partidos irlandeses, Fianna Fail e Fine Gael, não consideram a reunificação uma prioridade.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR