O filho do comentador televisivo Nuno Rogeiro foi “brutalmente atropelado” esta terça-feira na Cidade Universitária, em Lisboa, denunciou o pai através do Facebook. António Rogeiro está neste momento a ser acompanhado no Hospital de Santa Maria e está fora de perigo. Mas sofreu “múltiplas fraturas” e um traumatismo facial.

De acordo com a descrição do comentador da SIC, António iria jantar a casa da família naquela noite: “Estava tudo preparado, a mesa posta e uma ementa especial para um filho especial. O António vinha jantar a casa”. Mas acabou por ser atropelado por um carro que o projetou “a três metros de distância” depois de ter batido com a cabeça no vidro do automóvel.

Segundo Nuno Rogeiro, o filho “ficou a jazer no chão, na noite fria de Lisboa, a esvair-se em sangue, coberto de estilhaços” até à “pronta e corajosa intervenção da PSP”, descreveu no Facebook. Na mesma publicação, o pai de António elogia “a dedicada assistência da equipa de socorro imediata e do INEM”, assim como “os serviços exemplares” do hospital onde o jovem está internado.

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Apesar dos traumatismos que sofreu, António Rogeiro — descrito pelo pai como “um miúdo competente, trabalhador, honesto, culto, ultra-ativo, bem formado e com um grande sentido de justiça” — continua de “bom humor” e com “fibra”, garante o comentador da SIC: “Rezamos por ele e torcemos por ele. Espero — como pai que tem ali uma das suas luzes — ver rapidamente o lugar do António outra vez ocupado. É agora o meu maior desejo”, escreveu Nuno Rogeiro.

Mais um caso de violência na zona académica de Lisboa

O acidente que feriu o filho de Nuno Rogeiro aconteceu perto da região onde, em dezembro do ano passado, um jovem de 24 anos morreu depois de ter sido esfaqueado junto à Faculdade de Ciências, na zona do Campo Grande. O jovem era filho de um antigo inspetor da Polícia Judiciária de Aveiro e tinha acabado de sair de um restaurante quando foi abordado por assaltantes. Quando resistiu, o estudante foi esfaqueado e morreu.

O caso reacendeu o debate sobre a falta de segurança e de iluminação na zona académica de Lisboa. No início do ano, cinco dezenas de estudantes manifestaram-se no local ligando lanternas no âmbito da ação “Iluminar o Campus”.

Filipe Gomes, presidente da Associação de Estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, uma das 12 associações organizadoras do protesto, disse à Lusa na altura que a insegurança nas imediações das faculdades é uma situação que dura há muito tempo. Além de uma maior iluminação da zona, os estudantes pedem também maior policiamento e maior facilidade na denúncia de crimes por parte das vítimas.

Hélder Semedo, aluno na Faculdade de Direito, contou à Lusa que os assaltos, o assédio e a prostituição são problemas frequentes nas imediações das faculdades e Filipe Gomes acrescentou que esses casos muitas vezes não são denunciados, porque não existem mecanismos eficazes para o fazer.

Dias antes dessa manifestação, em comunicado, 12 associações de estudantes exigiram um maior investimento no policiamento das faculdades dos recintos universitários de Lisboa e das suas imediações. “Apesar dos esforços da polícia para impedir a criminalidade nesta zona, é fundamental a alocação de mais agentes”, alertaram.

Os estudantes pediram um “grande investimento na iluminação” porque, segundo o documento citado na altura pela Lusa, a falta dela “gera um ambiente propício a situações de assédio e assaltos no campus”. “São muitas as áreas com falta de luz nestas zonas, que geram um clima de insegurança para os estudantes e facilitam ações criminosas”, salientaram os estudantes.