O presidente do parlamento da Venezuela, o opositor Juan Guaidó, anunciou esta quarta-feira que estão a ser preparadas novas medidas internacionais de pressão contra o governo do Presidente Nicolás Maduro e sanções contra os que apoiem o regime.

Vão ver um povo nas ruas, organizado, unificado, manifestando-se e não apenas com protestos. A escalada de pressão vai chegar até ao nível que tiver de ser”, disse.

Juan Guaidó falava aos jornalistas, em Caracas, à margem de uma sessão da Assembleia Nacional (parlamento, onde a oposição detém a maioria), que teve lugar numa rua do centro de Caracas e assinalou o Dia da Juventude. Segundo Guaidó estão a ser articuladas “ações concretas” com distintos países do mundo. “Nada nos deterá. Veremos também o aumento das pressões diplomáticas contra os criminosos financeiros de Nicolás Maduro”, frisou.

O líder opositor precisou ainda que “tristemente” a situação na Venezuela “não dá para mais” (…), “não pela situação política, que já atingiu níveis insuspeitos, mas sobretudo pela situação humana”.

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Por outro lado, ao ser questionado sobre recentes declarações do presidente do Governo de Espanha, Pedro Sánchez, que se referiu a Juan Guaidó como “líder da oposição” e não como “presidente interino” da Venezuela, recordou que há mais de 50 países que o apoiam. “Pedro Sánchez foi o primeiro que me reconheceu como Presidente (interino) e há poucos minutos o partido que representa ratificou (o seu reconhecimento) através de uma mensagem na rede social Twitter”, explicou. Guaidó anunciou que prevê realizar uma conferência de imprensa, sexta-feira, para apresentar os resultados do périplo de 23 dias que realizou pelo estrangeiro, e que incluiu a Colômbia, Bélgica, Canadá, Estados Unidos de América, Suíça, Inglaterra e Espanha, e que terminou esta terça-feira com o regresso a Caracas.

Por outro lado, condenou as agressões de simpatizantes do regime, ocorridas terça-feira no Aeroporto de Maiquetía, contra várias jornalistas venezuelanos, que esperavam que regressasse ao país.

Quero reconhecer a valentia dos trabalhadores da imprensa, dos jornalistas, repórteres. Há que aplaudi-los de pé, agradecer-lhes o compromisso com a democracia, para que o mundo saiba o que se passa no país”, disse.

A crise venezuelana agravou-se desde janeiro de 2019, quando Guaidó se autoproclamou Presidente interino da Venezuela para convocar um governo de transição e eleições livres no país. Os EUA foram o primeiro de mais de 50 países a apoiar Juan Guaidó, tal como Portugal, uma posição tomada no âmbito da União Europeia.