Os presidentes das câmaras de Loures e Odivelas defenderam esta segunda-feira a necessidade de o Governo inscrever no próximo quadro comunitário a expansão do metro a estas zonas limítrofes da cidade de Lisboa.

O comunista Bernardino Soares (Loures) e o socialista Hugo Martins (Odivelas) falavam à Lusa à margem da iniciativa “Aqui Tem de Haver Metro”, que juntou em Loures algumas dezenas de representantes do tecido empresarial, educativo e social da região.

É uma opção inadiável inscrever no próximo fundo do quadro comunitário ou podemos estar a adiar mais de uma década esta opção”, disse Bernardino Soares, frisando ainda que inscrever a proposta é “garantir que se vai realizar”.

Também Hugo Martins frisou a importância desta medida para que as populações sejam bem servidas de transportes públicos.

“Trata-se de uma justa reivindicação, há muito tempo desejada para os munícipes do concelho de Odivelas, que recebe esta segunda-feira, com a estação do Senhor Roubado e Odivelas, cidadãos oriundos do concelho de Loures, Mafra e Sobral”, explicou à Lusa Hugo Martins.

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De acordo com o autarca de Odivelas, esta é uma situação que “prejudica bastante”, pois “congestiona o tráfego que diária e massivamente invade o concelho de Odivelas”.

É importante a extensão do metro a Loures para servir melhor os munícipes a norte do concelho de Odivelas, mas também para a cidade de Odivelas para libertar o estacionamento e melhorar a mobilidade dentro do concelho”, frisou.

À semelhança de Bernardino Soares, também Hugo Martins acredita que a expansão do metro a Loures “é uma ambição que todos reconhecem como necessária”.

Tenho a certeza que esta será uma prioridade do próximo quadro comunitário, estou empenhado com a câmara de Loures e com este movimento em levar a bom porto estes objetivos e estou certo que este é um investimento que trará qualidade de vida à área norte de Lisboa”, frisou o presidente da autarquia de Odivelas.

A iniciativa “Loures — Aqui Tem de Haver Metro” juntou dezenas de empresários, ex-autarcas e agentes associativos, que seguiram depois para a residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, onde vão entregar uma carta. A missiva faz uma resenha do processo de intenção da expansão do metro a Loures, as vantagens para o concelho e para a população.

Segundo Bernardino Soares, a chegada do metro a Loures iria reduzir “as 400 toneladas de emissões diárias de dióxido de carbono”.

“E nada como chegar esse apelo a António Costa que, em 1993, em campanha eleitoral, via o que as populações passavam para chegar a Lisboa”, acrescentou, referindo-se ao ano em que o primeiro-ministro se candidatou pelo PS à Câmara de Loures.

Bernardino Soares lembrou também que o concelho de Loures possui “um corredor que não tem na Área Metropolitana de Lisboa (AML) um transporte pesado que permita o transporte das 100 mil pessoas que se deslocam em viatura própria só dos concelhos de Loures e Odivelas”.

O autarca de Loures referiu também que a defesa da extensão do metropolitano “não é uma disputa entre o metro para Loures e a linha circular, mas é a realidade de ter uma zona da AML colada à cidade de Lisboa que não tem um transporte pesado eficaz e isso tem de ser alterado”.

Também o presidente da Associação Empresarial de Comércio e Serviço do concelho de Loures e Odivelas, Alcindo Almeida, afirmou à Lusa a pretensão dos seus associados em terem o metro na região, considerando tratar-se de “uma mais valia para todo o comércio e industria do concelho”.

“Os nossos associados querem o metro, já que traz pessoas e movimento à nossa terra, além do desenvolvimento. Há oito anos que foi prometido, temos esperança e esta não será a última tentativa”, frisou.