O bilionário e candidato nas eleições primárias do Partido Democrata Mike Bloomberg vai participar pela primeira vez num debate com os seus principais adversários na corrida esta quarta-feira, num volte-face que pode mudar o rumo de uma campanha renhida entre a ala liberal e a ala moderada do partido.

A participação tornou-se possível depois de a candidatura de Mike Bloomberg ter conseguido resultados acima dos 10% em quatro ou mais sondagens nacionais previamente reconhecidas pelo Comité Nacional Democrata. Numa delas, feita pela Marist Poll para a NPR e para a PBS, Mike Bloomberg surge com 19% e em segundo lugar, atrás de Bernie Sanders com 31%.

De acordo com o site RealClearPolitics, Mike Bloomberg surge nas principais sondagens nacionais  com uma média de 14,6%, atrás do ex-vice-Presidente Joe Biden (17,8%) e do senador Bernie Sanders (24,8%).

Mike Bloomberg, ex-presidente da câmara de Nova Iorque pelo Partido Republicano, qualificou-se para debate agendado para esta quarta-feira em Las Vegas, no estado do Nevada. O debate será assim a primeira oportunidade de Mike Bloomberg para responder aos ataques da ala mais liberal do partido (liderada por Bernie Sanders e também com a participação de Elizabeth Warren), que o acusa de querer usar o seu dinheiro para “comprar” as eleições; e também para conquistar terreno na sua zona de conforto ideológica, isto é, a ala mais moderada dos democratas, por agora liderada por Pete Buttigieg e na qual o ex-vice-Presidente Joe Biden demora a ganhar apoio.

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“Estamos à espera de que haja muitas atenções em torno dele. Vai ser atacado”, disse ao Politico uma fonte da campanha de Mike Bloomberg.

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A estratégia eleitoral de Mike Bloomberg passa por apostar todas as fichas nos 14 estados que vão a votos no dia 3 de março. Ao todo, estarão a ser disputados 1344 delegados, entre um total de 3979 que há para conquistar nas primárias democratas (sendo que 771 destes são superdelegados, figuras cimeiras do partido que têm liberdade para votar individualmente).

Desta forma, a campanha de Mike Bloomberg decidiu ignorar os estados iniciais das primárias democráticas (os já disputados Iowa e New Hampshire, além do Nevada e da Carolina do Sul, que vão a votos a 22 e 29 de fevereiro), quem somam entre si 193 delegados.

Apesar do número relativamente reduzido de delegados numas eleições primárias que têm a sua última etapa a 6 de junho, estes primeiros quatro estados costumam ser essenciais para a maioria dos candidatos que precisam de demonstrar a viabilidade das suas campanhas e assim angariar o máximo de dinheiro para custear uma campanha longeva. Esse não é, porém, um problema para Mike Bloomberg. Afinal de contas, é o 8º homem mais rico do mundo e está a pagar toda a campanha do seu próprio bolso.