A chanceler alemã, Angela Merkel, admitiu esta quarta-feira que as negociações em Bruxelas sobre o próximo orçamento plurianual da União Europeia (UE) — o primeiro pós-Brexit – serão “muito difíceis e complicadas”.

Acreditamos que nossas preocupações ainda não foram levadas suficientemente em conta em muitas áreas e, portanto, prevejo negociações muito difíceis e complicadas”, disse, numa conferência de imprensa em Berlim, realizada em conjunto com a primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin.

Os líderes europeus vão reunir-se na quinta-feira, em Bruxelas, para discutir o próximo orçamento plurianual da UE e vários dirigentes se confrontam sobre a forma de compensar a contribuição britânica após o Brexit.

Com menos um Estado-membro, a UE tem pela frente um trabalho difícil de equilíbrio entre as chamadas políticas tradicionais – coesão (destinada às regiões menos desenvolvidas) e agricultura – e as novas prioridades, nomeadamente a luta contra as mudanças climáticas e a afirmação do bloco no cenário geopolítico, através da segurança e da defesa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A França, tal como cerca de outros 15 Estados-membros, quer aproveitar a saída do Reino Unido da UE para acabar com os descontos concedidos a cinco países (Alemanha, Dinamarca, Países Baixos, Áustria e Suécia) a fim de reduzir as suas contribuições nacionais. Estes países — que receberam a alcunha de “os Quatro Frugais”, já que, neste caso, a Alemanha é menos específica -, também reivindicam um orçamento europeu em que as contribuições nacionais sejam limitadas a 1% do rendimento nacional bruto da Europa.

Por outro lado, os denominados “Amigos da Coesão”, cerca de 15 países do sul, centro e leste da Europa, estão preocupados com os cortes anunciados nas chamadas políticas “tradicionais”, já que são os seus principais beneficiários.

A Alemanha, país mais rico da Europa, financia um quinto (20%) do orçamento europeu, valor que deve subir para 25% no novo orçamento.