O lixo a céu aberto que a Associação Década Reversível (ADERE) denunciou existir no Porto de Leixões, em Matosinhos, é matéria-prima importada para fábricas de reciclagem e utilizada em mobiliário de plástico, informou esta quarta-feira a administração portuária.
A APDL [Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo] esclarece que a matéria-prima mencionada pela ADERE não se tratava de ‘lixo’, mas, sim, de carga geral que estava a ser descarregada de um navio”, explicou a APDL, numa nota enviada à Lusa.
Segundo a APDL, “os resíduos referidos correspondiam, exatamente, a matéria-prima importada que se destina à transformação em produtos finais pela indústria nacional”, clarificando que este tipo de resíduos é enviado para fábricas de reciclagem e utilizado no fabrico de mobiliário de plástico.
Este esclarecimento surge depois de, na terça-feira, a associação ambientalista ter questionado a existência de lixo a céu aberto no Porto de Leixões.
Numa carta dirigida à administração portuária, a que a Lusa teve acesso, o presidente da ADERE, Humberto Silva, perguntava com que regularidade e em que quantidade costumam chegar este tipo de resíduos a Leixões, assim como qual a sua proveniência.
O ambientalista questionou também sobre o tipo de resíduos em causa, qual o tempo médio de espera em doca até ser levado ao seu destino final e a que tipo de indústria se destina.
Na nota enviada à Lusa, a APDL referiu que quando a matéria-prima chega à infraestrutura portuária é iniciado de imediato o levantamento da mercadoria, um processo que poderá demorar entre três a quatro dias. “O levantamento é efetuado em camiões especiais que são responsáveis pelo carregamento e acomodação da mercadoria. As áreas de movimentação de carga são sempre varridas após a libertação da respetiva zona pelos serviços de recolha de resíduos e limpeza da APDL, que atuam em permanência no porto”, sublinhou a administração portuária.
Na nota, a APDL revelou igualmente que, em 2019, chegaram a Leixões sete navios com este tipo de mercadoria, mantendo-se a estimativa para 2020.
Esta matéria-prima é importada da Alemanha com licenças do Ministério do Ambiente, acrescentou.