O resultado líquido da Jerónimo Martins subiu 7,9% no ano passado, face a 2018, para 433 milhões de euros, anunciou esta quinta-feira a dona da cadeia de supermercados Pingo Doce.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Jerónimo Martins refere que as vendas consolidadas subiram 7,5% para 18.638 milhões de euros, no período em análise. O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) aumentou 8,9% para 1.045 milhões de euros.

Em 2020, o grupo prevê investir entre 700 e 750 milhões de euros. Este programa de investimentos inclui a expansão das cadeias Biedronka e Pingo Doce. O plano de expansão “acrescentará mais de 100 localizações líquidas à Biedronka (60% das quais no formato ‘standard’ e as restantes no conceito de menor dimensão), cerca de 50 à Hebe, cerca de 10 ao Pingo Doce, uma ao Recheio e cerca de 130 à Ara”.

Segundo a empresa, a “rigorosa execução do plano de 2019 fortaleceu as propostas de valor de todas as insígnias, que entraram em 2020 mais competitivas e preparadas para servir os consumidores ao melhor nível”.

Nas perspetivas para este ano, o grupo espera que na Polónia “a envolvente económica se mantenha positiva e que a inflação alimentar abrande relativamente à registada na segunda metade de 2019”.

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Neste mercado, “no setor do retalho alimentar, 2020 é o ano que verá o impacto da fase final de implementação progressiva da lei que impede a abertura de lojas ao domingo, o que corresponde à perda incremental de sete dias de vendas”, refere.

Neste contexto, a cadeia polaca Biedronka “manter-se-á focada em maximizar, ao nível do LFL [‘like-for-like’, ou seja, vendas em lojas que operaram sob as mesmas condições no período em análise], a captura das oportunidades geradas por um ambiente de consumo favorável, nomeadamente através de um ambicioso plano de remodelações (estimado em cerca de 250 lojas em 2020)”.

A Hebe, empresa polaca de saúde e bem-estar, “manter-se-á focada na expansão da sua rede de lojas e da operação de ‘e-commerce’ [comércio eletrónico], enquanto melhora o seu ‘mix’ de margem para impulsionar o crescimento do EBITDA”.

No mercado português, a retalhista Pingo Doce e a grossista Recheio “prosseguirão com as suas dinâmicas comerciais e foco na qualidade”.

A Jerónimo Martins adianta que o Pingo Doce “desenvolverá o seu novo conceito de loja, centrado na área de restauração e comida pronta e suportado pela capacidade acrescida resultante da recente abertura de mais uma cozinha central e do investimento adicional em ‘know-how’ [conhecimento] de ‘meal solutions’ [soluções de refeição]”.

Na Colômbia, é esperado que “a economia mantenha um desempenho positivo, a Ara permanecerá focada em crescimento rentável, mantendo como primeira prioridade o crescimento LFL”.

“O plano de expansão em conjunto com o reforço da proposta de valor (sortido e forte posicionamento de preço] também contribuirão para acelerar a trajetória de redução das perdas ao nível do EBITDA com vista a atingir o respetivo ‘break-even’ em 2021”, refere o grupo.

“Para tal contribuirão também os dois centros de distribuição que entraram em operação no início deste ano e a consolidação da estratégia de preço implementada em 2019”, conclui o grupo liderado por Pedro Soares dos Santos.

Administração propõe dividendo de 34,5 cêntimos por ação

O Conselho de Administração da Jerónimo Martins vai propor à assembleia-geral de acionistas o pagamento de um dividendo de 216,8 milhões de euros, o que corresponde a um valor bruto de 0,345 euros por ação. No mesmo comunicado, a dona do Pingo Doce refere que, “em linha com a política de dividendos que estipula um ‘pay-out’ de 50%, o Conselho de Administração irá propor à assembleia-geral de acionistas o pagamento de um dividendo de 216,8 milhões de euros, 0,345 euros por ação (valor bruto)”.

Esta proposta “de distribuição de dividendos permite ao grupo preservar total flexibilidade para acelerar os seus planos de expansão e aproveitar qualquer potencial oportunidade de crescimento não-orgânico, mantendo em simultâneo um nível reduzido de dívida líquida”.

Além de Portugal, a Jerónimo Martins está presente na Polónia e na Colômbia.