Naldo na defesa, Facundo Ferreyra no ataque, Corchia fora dos convocados, Raúl de Tomás lesionado. Os pontos de contacto entre o Espanyol e o futebol português são vários mas na Liga Europa, como na Premier League ou nas principais ligas europeias, não há mesmo nada como o Wolverhampton. E entre tantos jogadores portugueses de uma armada reforçada por Daniel Podence, houve um que teve uma noite de sonho. Ou mais uma, neste caso. Se Diogo Jota tinha encerrado a fase de grupos da Liga Europa com um hat-trick frente ao Besiktas, Diogo Jota teve um arranque de sonho na fase a eliminar onde marcou mais três golos na goleada por 4-0.

À passagem do primeiro quarto de hora, o antigo avançado do FC Porto que passou também pelo P. Ferreira e pelo Atl. Madrid inaugurou o marcador numa grande combinação entre os dois dianteiros de Nuno Espírito Santo: João Moutinho marcou o canto no lado direito do ataque, Raúl Jiménez fez o desvio ao primeiro poste e Diogo Jota encostou para a baliza de Prieto materializando a melhor entrada do conjunto inglês na partida, tendência que se confirmaria até ao intervalo com um lance polémico em que Iturraspe arriscou e muito o cartão vermelho numa reação mais acalorada com Jota encostando a cabeça no português que se ficou pelo amarelo.

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Na segunda parte, Rúben Neves teve o grande momento do jogo, com um fantástico remate de primeira fora da área (logo ele que é conhecido na Premier League por ter uma das melhores eficácias de tiros de meia distância enquadrados com a baliza desde que os Wolves subiram ao escalão principal) após parar no peito uma segunda bola para fazer o 2-0 e levar o encontro para uma dimensão bem diferente daquela aguardada pelos espanhóis, que apelidavam o futebol do conjunto britânico como algo previsível até a bola chegar aos pés de Adama Traoré.

Diogo Jota, esse, continuava a ser o alvo preferencial dos defesas do conjunto catalão mas essas entradas mais duras pareceram dar outro alento ao internacional português, que aumentou a vantagem para 3-0 após jogada de combinação com Doherty concluída com um remate cruzado na área descaído sobre a direita (67′) e estabeleceu o 4-0 final com mais um tiro de fora da área após jogada individual mas que resultou de uma grande saída de bola a partir de trás a arriscar a troca de passes com muita pressão do Espanyol… e quando Podence já estava no banco preparado para entrar para o lugar do compatriota antes de fechar o hat-trick.

Depois de ter marcado o hat-trick mais rápido da Liga Europa frente ao Besiktas (11 minutos), Diogo Jota esteve oito jogos sem marcar na Premier League desde meio de dezembro mas voltou aos golos e em versão tripla, tornando-se o primeiro jogador da história do Wolverhampton a marcar três golos por mais do que uma vez num jogo europeu e subindo à liderança dos melhores marcadores da Liga Europa a par de Morelos e Sporar – e foi por isso também que saiu de campo com a bola de jogo debaixo do braço.