A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, defendeu esta sexta-feira a necessidade de legislação que combata as falências fraudulentas e salvaguarde os direitos dos trabalhadores.

Catarina Martins falava à porta da empresa cerâmica Maiólica, em Albergaria-a-Velha, onde os trabalhadores, na maioria mulheres, se mantêm em vigília para impedir a saída de material, depois da empresa ter suspendido a laboração há uma semana por alegado corte no fornecimento de gás, e de estarem sem receber salário desde janeiro. A líder do Bloco de Esquerda quis pessoalmente manifestar a solidariedade aos trabalhadores que se encontram com salários em atraso e o emprego em risco, perante o anúncio pela administração do pedido de insolvência.

O que aqui se passa acontece em muitas empresas em Portugal. Infelizmente são empresas que fecham do dia para a noite e a nossa exigência aqui é dupla: por um lado é preciso mexer no regime das insolvências, por outro a Autoridade para as Condições de Trabalho tem de atuar mais todos os dias”, disse aos jornalistas.

Para a líder do BE, “há claramente um problema de insolvências fraudulentas em Portugal” e quando essas situações acontecem não há sequer proteção para quem lá trabalha.

Estes trabalhadores são confrontados com a empresa a fechar e se não ficarem aqui dia e noite para que não saia o material, os patrões vêm cá e levam-no e com isso o dinheiro porque o material que está aqui é dinheiro para pagar os salários em atraso e as indemnizações a que estas pessoas têm direito”, disse.

Catarina Martins defende que as insolvências devem ser investigadas porque “muitas vezes são provocadas porque os donos das empresas as vão trocando”.

Quando uma empresa fecha vão buscar os trabalhadores a outra que acabou de fechar para abrir uma nova fábrica. As pessoas continuam sempre sem progressões na carreira e sempre a ganharem salários mínimos”, censurou.

Catarina Martins criticou a “enorme incapacidade das entidades públicas de atuarem no momento”: “precisamos de fiscalização e de acabar com o registo de insolvências fraudulentas em todo o país, que só nos pode envergonhar. Precisamos também que o Ministério do Trabalho e o Ministério da Economia atuem imediatamente, quando uma situação destas se coloca para que os trabalhadores”, concluiu.

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