É um facto que é possível, ainda que altamente improvável, que o acelerador fique preso num automóvel moderno. No limite, um tapete fora do sítio pode prender o acelerador, mas nunca impedirá o travão de funcionar, de forma a permitir ao condutor manter total controlo sobre a velocidade a que o veículo se desloca. Na maioria das vezes, a explicação para estes pedais de acelerador “marotos” tem de ser encontrada na falta de jeito ou de experiência dos condutores, que aceleram quando pensam que estão a travar, incrementando os estragos à medida que querem desesperadamente parar.

Vem isto a propósito de mais um acidente, que ocorreu no Canada e cujas imagens registadas pelas câmaras de videovigilância foram agora divulgadas, mostrando um condutor que embateu num passeio, a que se seguiu outro veículo, para depois invadir uma loja. O modelo em causa era um Audi A4, com o condutor a parecer estar em transe ao sair do carro, como se tudo aquilo fosse obra de uma intervenção alheia.

As diversas câmaras da loja registaram a falta de jeito de quem ia ao volante, um homem de idade avançada, com o A4 a ser um quattro, pois é possível verificar que depois de todos aqueles estragos, o carro continua a acelerar (a roda traseira continuar a rodar furiosamente, apesar do Audi estar parado depois de embater na parede) durante uns bons segundos. Analisando melhor os vídeos, é possível verificar que o condutor ao embater no primeiro passeio ficou com a roda da frente direita afectada e sem responder à direcção, para de seguida anular a roda da frente esquerda com o embate no BMW, uma vez que é possível verificar que ambas as rodas estão convergentes à medida que o A4 entra na loja. Mas se a direcção estava afectada, não parece haver nada de mal com o acelerador ou o travão.

Não houve mortes a lamentar, porque tanto o empregado da loja como o cliente revelaram uma capacidade de arranque superior à do A4. E apesar de quase terem sido atropelados por um condutor que confundiu o pedal do acelerador com o de travão, é visível o cuidado e a atenção com que lidaram com alguém que revelou ser um perigo ao volante.

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