A Direção-Geral da Saúde (DGS) vai reunir esta segunda-feira para decidir se devem ser tomadas medidas de segurança adicionais a propósito do novo surto registado em Itália, devido à proximidade com Portugal. A informação foi avançada à Rádio Observador pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, que destacou estarmos perante uma situação “relativamente nova”, cujos contornos ainda não são claros. “Vamos analisar toda a informação que temos e decidir se proporemos ou não medidas adicionais”, confirmou a diretora da DGS.
A DGS alarga, no entanto, as recomendações para os portugueses que regressaram de alguma das áreas afetadas aos viajantes que tenham vindo do norte de Itália. “Devem estar atentos ao aparecimento de sintomas (febre, tosse, dificuldade respiratória)”, apontou Graça Freitas, bem como praticar a “higiene das mãos” e a “etiqueta respiratória”, ou seja, não tossir nem espirrar em direção a outras pessoas. “Se acham que estiveram em risco, [devem] permanecer em algum isolamento social, ou seja, não frequentar espaços fechados e com muita gente nos dias a seguir à viagem”, acrescentou. Caso surjam sintomas ou haja alguma dúvida, estes viajantes devem de imediato contactar o número do SNS24.
Mas devem fazê-lo “com tranquilidade”, sublinha Graça Freitas, que reforça que “o risco neste momento é baixo” — “mas não é nulo”. “estamos perante surtos em alguns países e portanto quem viajou para essas áreas afetadas deve ter algum cuidado e auto-vigiar a sua saúde”, resumiu.
Graça Freitas pronunciou-se ainda sobre o caso do português infetado com coronavírus que está a bordo do navio Diamond Princess, no Japão. Sobre as queixas que Adriano Maranhão tem apresentado, ao dizer que ainda não foi tratado, a diretora-geral da Saúde relembra que “esta doença não tem tratamento específico” e que os médicos apenas podem aplicar “terapêutica de suporte”, ou seja, medicar para o alívio dos sintomas. “Sabemos este nosso concidadão está clinicamente bem e estável”, sublinhou, acrescentando que é preciso “confiar” que as autoridades japonesas tratarão do assunto. De qualquer forma, acrescentou, “os nossos serviços consulares no Japão estão a acompanhar a situação in loco.”