O ex-Presidente brasileiro Lula da Silva anunciou esta quinta-feira que vai estar na Europa entre 3 e 11 de março, para discutir a questão da desigualdade social com líderes políticos, sindicais e religiosos em Paris, Genebra e Berlim.

Convidado pela presidente da Câmara Municipal de Paris, Anne Hidalgo, a primeira paragem de Lula será na capital francesa, onde receberá o título de cidadão honorário pela sua luta contra a fome e a miséria.

A distinção do ex-chefe de Estado brasileiro como cidadão honorário de Paris foi concedida pela Câmara Municipal da capital francesa em outubro passado, quando Lula da Silva ainda se encontrava preso na cidade brasileira de Curitiba, onde cumpriu 580 dias da condenação de oito anos e dez meses de prisão por corrupção e branqueamento de capitais. A condecoração foi concedida desde a sua criação, em 2001, em 17 ocasiões, para homenagear personalidades presas ou que corressem perigo devido às suas opiniões políticas, incluindo o ex-Presidente sul-africano Nelson Mandela, a escritora do Bangladesh Taslima Nasreen e a vencedora, em 2003, do Prémio Nobel da Paz, a iraniana Shirin Ebadi.

Além disso, na próxima terça-feira, 3 de março, acompanhado pela também ex-Presidente do Brasil Dilma Rousseff e pelo ex-candidato à presidência brasileira, em 2018, pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad, o antigo chefe de Estado participará no Festival Lula Livre, organizado pelo Théâtre du Soleil (Teatro do Sol, na tradução para português).

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Mais tarde, Lula viajará para Genebra, na Suíça, onde no dia 6 terá uma reunião com representantes do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), organismo que reúne mais de 340 igrejas em mais de 120 países, onde abordará a questão da desigualdade social e se reunirá com representantes de sindicatos internacionais.

A viagem de Lula da Silva pela Europa terminará em Berlim, capital da Alemanha, onde se encontrará com líderes políticos e representantes do movimento sindical alemão.

Em 9 de março, o histórico líder do PT participará, naquela cidade alemã, num ato público em defesa da democracia no Brasil.

O ex-Presidente, que passou um ano e meio na prisão e que está agora em liberdade condicional, foi condenado em dois processos por corrupção e tem pelo menos outras sete investigações abertas contra si.