Joe Biden venceu este sábado as primárias do Partido Democrata na Carolina do Sul, um estado decisivo para mostrar que Biden está “vivo” e preparado para enfrentar a “Super terça-feira” que está já ai à porta. Esta foi a primeira vitória do ex-vice de Obama nas primárias democratas, aproximando-o, na estimativa nacional, de Bernie Sanders, que continua à frente na corrida.

Biden venceu na Carolina do Sul com uma expressiva percentagem de 48% dos votos, sendo que o segundo classificado, Bernie Sanders, se ficou pelos 20%. Tom Steyer ficou-se pelos 11% (e anunciou a desistência da corrida) e Pete Buttigieg pelos 8%.

“Estamos verdadeiramente vivos”, declarou Biden no comício pós-eleitoral. “Para todos vocês que foram derrubados, deixados de fora e para trás – esta é a vossa campanha”, acrescentou.

Sanders reivindicou o segundo lugar e parabenizou Biden pela sua primeira vitória, sublinhando que o resultado deste sábado não era motivo de preocupação para os seus apoiantes. “Hoje à noite, não vencemos na Carolina do Sul. Essa não será a única derrota. Há muitos estados neste país. Ninguém vence todos eles”, afirmou perante uma multidão na Virgínia, um dos 14 estados que votam na próxima semana.

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O ativista bilionário Tom Steyer, depois de gastar milhões em anúncios televisivos na Carolina do Sul – mais do que todos os seus rivais juntos – não resistiu a um novo desaire eleitoral e anunciou a sua desistência na corrida à Casa Branca.

Sete candidatos democratas mantêm-se na luta para assegurar a nomeação democrata e defrontarem em novembro o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Segundo a CNN, a vitória de Biden na Carolina do Sul assenta no voto dos cidadãos negros, nos cidadãos com mais de 65 anos e nos mais moderados, de acordo com a análise feita aos resultados preliminares. O vice-presidente de Barack Obama conquistou uma média de 3 em 5 votantes negros, enquanto o seu adversário mais direto Bernie Sanders conseguiu apenas 1 em 5 neste grupo de votantes. Na mesma medida, cerca de 3 em 5 votantes com idade superior a 65 anos também apoiaram Biden na Carolina do Sul, com Sanders a conseguir apenas 1 em 10 votantes nesta categoria.

Foi também entre os votantes considerados “moderados” e entre os “mais liberais” que Joe Biden conseguiu maior expressão eleitoral.

O resultado da Carolina do Sul vem assim dar fôlego a Biden para enfrentar a “Super Tuesday”, dia em que, na próxima terça-feira, 14 estados norte-americanos disputam em simultâneo as primárias do Partido Democrata e elegem centenas de delegados para a Convenção democrata que de onde sairá o escolhido para defrontar Donald Trump nas presidenciais.

Embora tenha ficado em segundo lugar em Nevada, com 20% dos votos, Biden conquistou apenas o quarto e o quinto lugar em Iowa e New Hampshire, os dois primeiros estados a realizaram as primárias neste mês de fevereiro. A esperança de Biden era que, na Carolina do Sul, atingisse uma  votação mais expressiva em benefício da sua popularidade entre o eleitorado negro. Ao contrário dos outros estados, onde a população é predominantemente branca, a Carolina do Sul tem uma maior diversidade demográfica, representando melhor a realidade da população norte-americana.

O impulso da Carolina do Sul coloca Joe Biden no segundo lugar da corrida, a nível nacional. As primárias da Carolina do Sul foram o primeiro grande teste aos candidatos perante os eleitores negros. E, embora o estado tenha dado uma vitória a Biden quando este mais precisava, o ‘ex-vice’ de Barak Obama ainda tem de provar que possui os recursos financeiros e logísticos para expandir drasticamente a sua campanha nas próximas 72 horas.