Peter Paul Montgomery Buttigieg, ex-mayor, decidiu abandonar a corrida pela nomeação do partido democrata para as eleições presidenciais dos EUA, noticia o The Washington Post. O The New York Times e a CNN estão entre os jornais que também estão a avançar com esta informação, citando pessoas próximas da campanha.

Buttigieg, que tem 38 anos e é abertamente homossexual, protagonizou a dada altura uma ascensão meteórica em popularidade a nível nacional, chegando a ganhar a eleição no Iowa para a nomeação democrata e a ficar em segundo lugar no estado de New Hampshire. Mas o antigo mayor (presidente da câmara) de South Bend, no Indiana, acabou por terminar de forma súbita a campanha, por considerar que não era fácil vislumbrar uma trajetória que acabasse com a nomeação, explica o The Washington Post.

Butt… quê? Saiba quem é e o que defende o homem que vai à frente na corrida para defrontar Trump (e já agora como se diz o seu nome)

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A decisão surge poucas horas antes da chamada “Super Terça-feira”, um dos dias mais importantes deste processo de escolha de um candidato para defrontar Donald Trump. Nesta fase, e sobretudo com a saída de Buttigieg, a corrida pela nomeação democrata afigura-se como uma disputa a dois entre Bernie Sanders e Joe Biden, que acaba de ganhar um novo ímpeto depois da vitória na Carolina do Sul.

Joe Biden vence primárias decisivas na Carolina do Sul

Nascido a 19 de janeiro de 1982, filho único de dois professores, ele imigrante maltês, ela “hoosier” de gema (que é como nos Estados Unidos se chamam aos nascidos e criados no Indiana), Pete Buttigieg saiu de South Bend, uma das muitas cidades do midwest americano castigadas pela falência da indústria automóvel, para estudar e para cumprir o serviço militar. Em Oxford fez Filosofia e Política, em Harvard História e Literatura, e na Marinha foi oficial de inteligência.

Quando passou à reserva, em vez de voltar logo para a cidade natal, onde hoje vive com o marido, justamente no bairro onde cresceu, Buttigieg trabalhou como consultor, entre 2007 e 2010, para a gigante mundial McKinsey & Company — um percurso que tem sido usado como arma de arremesso pelos seus detratores, tanto republicanos como democratas.

Porém, Buttigieg não conseguiu impor-se junto de um segmento importante do eleitorado, os afro-americanos, e acabou por ter um resultado pouco animador na Carolina do Sul, onde Biden brilhou. Além disso, Michael Bloomberg prepara-se para investir e dar tudo por tudo para tentar intrometer-se na corrida entre Sanders e Biden, uma investida que poderia ofuscar Buttigieg até mesmo entre os democratas moderados, que votam mais ao centro.