As prisões de El Salvador foram hoje colocadas em estado de emergência após uma ordem emitida pelo Presidente Nayib Bukele e na sequência de novos ataques contra agentes de segurança, em particular membros das Forças Armadas.

“Diretor Osiris Luna Mesa decrete estado de emergência máxima em todos os centros de detenção. Encerramento total, nem um raio de sol para ninguém, zero visitas, atividades, todos nas suas celas, incomunicáveis. 24/7 até nova ordem”, ordenou Bukele através da sua conta na rede social Twitter.

A decisão surge na sequência de um novo ataque a um membro das Forças Armadas de El Salvador, que está desaparecido após ser ferido por alegados delinquentes.

Esta terça-feira, a Polícia Nacional Civil (PNC) anunciou que o soldado José Rigoberto Reyes Molina, de 28 anos, destacado na Segunda Brigada de Infantaria do departamento de Santa Ana (ocidente), foi dado como desaparecido na região de Ahuachapán.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O comunicado refere que Reyes Molina foi “intercetado por vários sujeitos pertencentes a estruturas criminais, quando realizava trabalhos agrícolas“.

Infelizmente, os criminosos ainda controlam a maior parte do Estado. Vamos dar 100%, no quadro permitido pela lei, Deus nos proteja a todos”, acrescentou o chefe de Estado.

No sábado, um membro das Forças Armadas, identificado como Santos Elías Díaz Amaya, foi assassinado por “terroristas”, uma designação atribuída aos membros dos gangues armados que atuam neste país da América central, segundo informou Nayib Bukele.

Em janeiro, dois membros da PNC também foram assassinados por alegados membros de bandos armados.

El Salvador é considerado um dos países mais violentos do mundo, com taxas de homicídio entre 103 e 50,2 por cada 100.000 habitantes, registadas de 2015 a 2018, sobretudo atribuídos aos gangues Mara Salvatrucha (MS13), Barrio 18 e outros grupos minoritários.

Estes grupos criminais integram cerca de 60.000 membros em todo o país, com cerca de 6,5 milhões de habitantes, e também são acusados de cometer a maioria dos atentados contra polícias e militares.

Estes gangues, considerados uma herança da guerra civil (1980-1992) e na maioria provenientes de grupos armados de extrema-direita, têm-se fortalecido com deportações desde os Estados Unidos, e resistido a diversos planos de segurança, incluindo detenções massivas, confrontação direta ou diálogo, fomentados pelos últimos quatro governos do país.