A campanha de primavera para avaliar a abundância dos pequenos pelágicos, como a sardinha e o biqueirão, na costa continental portuguesa, iniciou-se esta quarta-feira, sob a direção do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
“A campanha, em cooperação com o IEO (Instituto Espanhol de Oceanografia), com o navio de investigação “Miguel Oliver”, decorre até 26 de março e enquadra-se no âmbito do Programa nacional de Amostragem Biológica”, indicou, em comunicado o Ministério do Mar.
De acordo com o Governo, esta campanha é “muito importante” para a avaliação do stock da sardinha, tendo em conta “os bons indicadores” obtidos na campanha realizada no último trimestre de 2019.
“O redobrado esforço que desde 2015 tem sido feito na investigação, com a realização de duas campanhas científicas anuais e a concretização do projeto específico de investigação (Sardinha 2020), trouxe bons indicadores sobre a estratégia de recuperação e da gestão sustentável da sardinha”, apontou o ministério liderado por Ricardo Serrão Santos.
O último relatório do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES, na sigla em inglês) revelou que a biomassa de sardinha com um ou mais anos recuperou 52% entre 2015 (117,9 mil toneladas) e 2019 (179,4 mil toneladas).
Para o Governo estes resultados confirmam a “eficácia dos esforços” desenvolvidos por Portugal e Espanha, no âmbito de um plano de gestão plurianual conjunto, que ajustou as possibilidades de pesca ao estado do recurso, tendo em conta os pareceres científicos.
“O Governo reafirma que sustentará a fixação de medidas de gestão e limites de captura em consonância com os pareceres científicos e os objetivos de gestão previstos na Política Comum de Pesca, ponderando os impactos económicos e sociais, mas procurando assegurar a recuperação sustentável do recurso sardinha”, concluiu.
Em dezembro, o executivo assegurou que ainda não estavam “reunidas as condições” para definir as possibilidades de pesca da sardinha para 2020, sublinhando que, em conjunto com Espanha, formalizou a apreciação de uma regra de exploração que seja precaucionária.
Para 2019, os governos estabeleceram, com a Comissão Europeia, um limite de pesca de 10.799 toneladas para os dois países, das quais 7.181 correspondem a Portugal.
No entanto, tendo em conta os resultados do cruzeiro da primavera de 2019, a evolução do recurso, uma abordagem precaucionária na sua exploração e o impacto social da Política Comum de Pescas, foi decidido aumentar em 1.800 toneladas as possibilidades de pesca da sardinha na segunda parte do ano.
No total, a frota portuguesa ficou autorizada a capturar até nove mil toneladas de sardinha.