Mais de 100 escolas continuam a vender alimentos açucarados, como refrigerantes e chocolates, apesar das recomendações em contrário da Direção-Geral da Saúde (DGS) e a Direção-Geral da Educação (DGE), que tentam promover “princípios de uma alimentação equilibrada e promotora de saúde”, avança o Diário de Notícias esta sexta-feira.

Em 2012, foi criado um documento de orientação sobre a oferta alimentar nos estabelecimentos de ensino, mas muitas escolas parecem estar a ignorar este aviso. Só este ano, já foram registados mais de uma centena de contratos entre escolas públicas e empresas para fornecimento de alimentos que, segundo as entidades, deviam ser evitados. O documento criado pela DGS e pela DGE indicava que alimentos ricos em lípidos e sal, como os enchidos, ou ricos em açúcar, como bolos, refrigerantes, gelados e chocolates, devem ser evitados ou limitados.

Não há “alimentos proibidos”, mas o médico Ricardo Racha-Pacheco, citado pelo DN, sublinha que há “alimentos que devem comer-se com muito baixa frequência”. Um estudo do Conselho Nacional de Saúde (CNS) de 2018 já tinha avançado, segundo o jornal, que a maioria dos estabelecimentos escolares não cumpre a proporção entre produtos a promover e produtos a limitar, sendo que os que cumprem são apenas 1,3%.

Apesar dos vários programas de combate à obesidade nas escolas dinamizados pela DGE e pela DGS, que alertam crianças em escolas de todo o país dos perigos do açúcar e do sal para a saúde e da importância de uma alimentação saudável e variada, a obesidade infantil em Portugal continua a ser das mais altas na Europa: 15,3% das crianças de 8 anos são obesas e 5,4% têm obesidade severa, segundo dados da Childhood Obesity Surveillance Initiative, citada pelo jornal.

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