Esteve no vai-não vai-vai-não vai-vai-não vai até ao início da tarde, altura em que a Liga italiana decidiu manter a realização dos encontros da Serie A marcados para este domingo e que já tinham sido adiados do último fim de semana, como o Juventus-Inter. A realidade transalpina está cada vez mais marcada pelo surto do coronavírus, não só pelo aumento a pique do número de mortes mas também pelas medidas de exceção que fazem com que 16 milhões de habitantes estejam em isolamento após ter sido decretado a proibição de entradas e saídas em várias cidades transalpinas, sobretudo na região da Lombardia, mas o clássico jogou-se mesmo. À porta fechada.

Consegue imaginar a ida a um qualquer jogo de camadas jovens num local que não conheça, com aquela rotina de parar o carro e procurar o local do campo ou do pavilhão pelo barulho e pelos gritos que se vão ouvindo? Foi nesse contexto que se jogou o Juventus-Inter, com a possibilidade de se ouvir os sons que nunca se conseguem ouvir num encontro da Serie A. As palavras de ordem dos guarda-redes, o barulho de uma bola batida mais longo, as indicações dos treinadores. Um cenário estranho e que não passou ao lado de Cristiano Ronaldo, que na chegada ao Allianz Stadium saiu do autocarro da equipa e passou a cumprimentar adeptos… imaginários.

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Como nos recordes que vai batendo de semana em semana que parecem resultar de um milagre da multiplicação, também nos jogos o português foi “diferente” e conseguiu festejar por três ocasiões distintas o jogo 1.000 na carreira. O primeiro, a 10 de novembro de 2019 (por contar com internacionalizações nas camadas jovens), terminou com uma substituição logo aos 55′ mas com o triunfo por 1-0 da Juve frente ao AC Milan. O segundo, há três semanas (a contar apenas com a Seleção A mas a ir buscar os dois encontros pelo Sporting B), teve um golo do número 7 na vitória diante da SPAL por 2-1. Agora a regra dos sucessos coletivos manteve-se (2-0) mas o registo de encontros consecutivos terminou após 11 jornadas seguidas a marcar, num total de 16 golos.

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Deixando de novo Paulo Dybala no banco mas entrando de forma mais ofensiva do que era esperado com Alex Sandro e Cuadrado nas laterais, um meio-campo a três com unidades de construção e transporte (Betancur, Matuidi e Ramsey) e Higuaín e Douglas Costa na frente com Ronaldo, a Juventus começou melhor e teve três boas oportunidades nos 15 minutos iniciais, com Douglas Costa, De Ligt e Matuidi a colocarem Handanovic à prova, com sucesso. O conjunto visitante conseguia assumir o comando do encontro mas sem resultados práticos até o Inter equilibrar a partida e ter um remate muito perigoso por Brozovic para defesa de Szczesny.

No segundo tempo, o Inter até começou melhor e com maior domínio mas o golo inaugural acabou não só por mudar essa tendência como trazer a melhor Juventus no clássico: na sequência de uma jogada entre Alex Sandro e Matuidi pela esquerda com cruzamento para Ronaldo mal aliviado, Ramsey rematou de primeira na área e fez o 1-0 aos 54′ que transformaria o resto da partida. Isso e a entrada de Dyabala, que demorou apenas oito minutos para inventar a melhor jogada do clássico após passe longo de Betancur e assistência de Ramsey para o toque subtil de pé esquerdo que deixou Handanovic de fora da jogada e “fechou” o encontro (67′). Ronaldo, com três remates de fora da área com perigo, ainda visou o golo mas a série de jogos seguidos a marcar seria mesmo interrompida no dia em que a Vecchia Signora recuperou o topo da Serie A, com mais um ponto do que a Lazio.

“1.000 jogos é um grande feito mas ele vai imediatamente atrás de novas metas. Já o conhecemos. É um motivo para os colegas lhe oferecerem um presente”, comentou antes do encontro Maurizio Sarri, técnico da Juventus. A equipa deu essa desejada prenda. E mais recordes ou marcas históricas estarão pela frente para CR7.