Como os restantes construtores tradicionais, especializados na produção de veículos com motores a combustão, actividade a que se dedicaram, em alguns casos, durante mais de um século, a Mercedes está a sentir algumas dificuldades em dominar a produção de veículos eléctricos. O que pode ser um problema com custos elevados, pois só com uma grande quantidade de modelos alimentados por bateria é que estes fabricantes conseguirão evitar as pesadas multas impostas por Bruxelas a quem não respeite o limite dos 95g de CO2/km.

O único eléctrico da Mercedes é o EQC, um SUV que recorre à mesma plataforma usada para o Classe C e os SUV GLC, por uma razão de custos, uma vez que até é produzido na mesma linha de montagem das versões a gasolina e a gasóleo. A produção do EQC não correu propriamente de feição e, no primeiro ano, os alemães não conseguiram produzir (e vender) mais de 7000 unidades, francamente abaixo das perspectivas. Tudo, segundo o fabricante, por falta de baterias que não recebeu do seu fornecedor LG Chem.

Para 2020, a marca de Estugarda confirma agora que pretende atingir 50.000 unidades do seu SUV eléctrico, um crescimento notável, o que indica que confia no calendário de entregas da LG, em matéria de células para formar packs de bateria, que a Mercedes monta nas suas instalações. É certo que os sul-coreanos da LG contam com a sua nova fábrica na Polónia, mas com tantas marcas a querer (e a precisar) de baterias, para eléctricos, híbridos e híbridos plug-in, é necessário alguma dose de optimismo para pensar que os problemas com as entregas de acumuladores de 2019 não se vão repetir, mesmo que parcialmente, em 2020.

EQC da Mercedes está atrasado. E culpam Tesla

O responsável pela I&D da Mercedes, Markus Schafer, confessou que “lidar com as baterias é um grande desafio, com a produção dos eléctricos a ser limitada, não pela produção dos veículos, mas sim pela fabricação das baterias”. Para este ano, Schafer confirma os “50.000 exemplares do EQC”, o que espera conseguir com o “arranque da linha de montagem de packs de bateria”, bem como o “investimento de 700 milhões de euros na LG Chem”.

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