O consumo médio diário de cocaína em Lisboa em 2019 foi de 453 miligramas por mil habitantes, revelaram as análises às águas residuais realizadas pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT), que colocam a cidade em 12.º lugar numa lista de 68 cidades europeias, avança o Público.

Segundo o OEDT, citado pelo jornal, as análises são feitas a partir dos metabolitos excretados pela urina que circula nos esgotos. Os 453 miligramas registados no ano passado representam uma estabilidade face aos 454 miligramas diários por mil habitantes em 2018. Em Almada, as análises registaram a presença de 162 miligramas diários por mil habitantes em 2019, mais 26 miligramas que no ano anterior.

O epidemiologista João Matias, do OEDT, confessou ao jornal que está preocupado com o consumo desta substância, principalmente numa altura em que “há um aumento das emergências hospitalares relacionadas com esta substância, bem como do número de overdoses fatais”.

O relatório do OEDT, que estima o consumo de cerca de 49 milhões de pessoas em várias cidades europeias, como Paris e Copenhaga, aponta Amesterdão como a cidade que mais consumiu cocaína em 2019 (986mg diários por habitante). Segundo o Público, o relatório mostrou ainda que, em Lisboa, o consumo de substâncias como a cocaína já não se restringe a festas e clubes mais “underground”, registando-se agora também em locais de animação noturna mais “mainstream” frequentados por grupos de jovens consumidores.

No caso do ecstasy, o consumo em Almada cresceu ligeiramente (10,5g para 12,8g) em 2019. Lisboa baixou de 49,3 gramas diários por mil habitantes em 2018 para 40,5 gramas em 2019, valores abaixo dos 50,3 gramas registados em Londres. De acordo com o relatório, o consumo de anfetaminas e metanfetaminas em Lisboa, como crystal ou o speed, foi igualmente baixo, aponta o jornal.

Apesar de Lisboa estar entre as cidades que mais consomem cocaína, João Matias considera que a redução do consumo de metanfetaminas é “surpreendente”, uma vez que a generalidade das cidades europeias verificam um aumento destas substâncias nas análises às águas residuais.

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