Depois de Adele, Ed Sheeran, Lewis Capaldi, também a cantora pop Billie Eilish veio a público assumir os complexos que já teve com o seu corpo. A nova estrela mundial, que conta com 57 milhões de seguidores no Instagram, já sofreu duras críticas devido ao tamanho dos seus seios. É por isso que adotou um estilo muito próprio: usa roupa muito larga, sem que lhe realce qualquer forma. Mas agora, num momento icónico no início da nova tour, decidiu iniciar uma verdadeira rebelião, num vídeo em que se despe e se mostra quase nua (na penumbra). “Se o que eu uso é confortável, não sou uma mulher. Se dispo algumas camadas, sou uma prostituta”, questiona de forma abrupta. “Apesar de nunca terem visto o meu corpo, continuam a julgá-lo e a julgar-me por ele. Porquê?”, interroga-se.
Não é raro ver a artista norte-americana vestida com este tipo de roupa e de se pensar que é apenas extravagância, mas agora ela assumiu oficialmente o verdadeiro motivo. Quando a cantora publicou pela primeira vez uma fotografia em que aparecia com a camisa aberta, vários seguidores fizeram comentários desagradáveis e desrespeitosos, tendo transformado as críticas num tópico tendência no Twitter.
Depois da polémica, o início da digressão de estreia do álbum “When We All Fall Asleep, Where Do We Go?”, em Miami, ficou marcada por uma declaração de guerra contra ao assédio que tem sofrido. Numa tela gigante, os fãs assistiram a um interlúdio em que Billie se despe enquanto apela à consciência dos presentes. “Vocês têm opiniões sobre as minhas opiniões, sobre a minha música, sobre as minhas roupas, sobre o meu corpo”, começa por dizer.
A cantora de 18 anos despe a camisola ficando apenas em sutiã e acrescenta: “Algumas pessoas detestam a roupa que uso, outras elogiam-me. Algumas pessoas usam isso para tentar envergonhar outras pessoas, algumas pessoas usam-no para me envergonhar a mim. Mas sinto-vos a olhar, sempre. Nada do que eu faço passa despercebido”.
“Gostariam de mim se eu fosse mais pequena? Fraca? Suave? Mais alta? Gostavam que eu me calasse?”, questiona. E continua: “Sentem-se provocados pelos meus ombros? E pelo meu peito? Eu sou o meu estômago? As minhas ancas? O corpo em que eu nasci não era o que queriam que fosse? Se o que eu uso é confortável, não sou uma mulher. Se dispo algumas camadas, sou uma prostituta. Apesar de nunca terem visto o meu corpo, continuam a julgá-lo e a julgar-me por ele. Porquê?”.
“Presumem coisas sobre as pessoas baseando-se no tamanho delas. Nós decidimos qual é o nosso tamanho. Nós decidimos sobre o nosso corpo. Nós decidimos o que ele vale. Se usar mais roupa, se usar menos roupa, quem decide o que essas escolhas fazem de mim? O que significa isso? O meu valor é baseado apenas na vossa perceção? Ou a vossa opinião sobre mim não é da minha responsabilidade?”, critica Eilish que vai estar em Portugal no Nos Alive (se o coronavírus não adiar o festival).
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