É um cenário que contrasta com que se vai vivendo no resto do país. O Castelo de São Jorge continua de portas abertas e em pleno funcionamento apesar de todos os outros espaços culturais sob a gestão da EGEAC terem encerrado ou estarem a trabalhar com serviços mínimos como medida de contenção contra o novo coronavírus.

As imagens captadas esta manhã mostram as filas de turistas, maioritariamente estrangeiros, à espera de entrar no monumento mais visitado de Portugal e um dos poucos locais turísticos que continua aberto na cidade de Lisboa.

A fila à porta do Castelo de São Jorge este domingo de manhã. Créditos: D.R.

Num comunicado enviado pela EGEAC, o Conselho de Administração ordenou que a empresa funcionasse com serviços mínimos em todas as unidades orgânicas, “com exceção do Castelo de São Jorge que, até determinação em contrário, se irá manter aberto ao público com um reforço das medidas de proteção já implementadas”.

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Todos os outros funcionários devem isolar-se e trabalhar a partir de casa. Em cada unidade orgânica devem estar apenas dois funcionários por dia em regime de rotatividade.

A decisão está a ser criticada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, que argumenta que “os trabalhadores do Castelo de São Jorge não podem ficar reféns da lógica meramente economicista, que aparentemente justifica a manutenção do seu funcionamento”: “Não podem ser desconsiderados ao ponto de se ignorar os riscos potenciais à pandemia do Covid-19”.

O sindicato denunciou o caso num comunicado, afirmando que o castelo “continua a receber muitos turistas oriundos de todas as partes do mundo”, o que pode simbolizar “um risco elevadíssimo de contágio e propagação”. E questiona: “Se as atividades educativas, lúdicas e recreativas, geralmente desenvolvidas no interior do Castelo, foram suspensas, como é possível que os trabalhadores da bilheteira, com contacto permanente com o público, continuem a trabalhar?”.

Entretanto, já foi criada uma petição que pede a extensão das medidas de proteção de trabalhadores da EGEAC aos funcionários do Castelo de São Jorge. O documento, que tinha 731 assinaturas às 15h deste domingo, defende que “não é de todo compreensível que, quando a maioria dos monumentos e museus da cidade de Lisboa são encerrados para garantir a segurança dos seus funcionários e visitantes, o Castelo de São Jorge seja a grande exceção”.