O chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, advertiu o primeiro-ministro iraquiano de que os Estados Unidos ripostarão “se necessário” em caso de novos ataques contra norte-americanos, após uma série de disparos de rockets contra uma base militar no Iraque.

Numa conversa telefónica no domingo com Adel Abdel Mahdi, Pompeo sublinhou que os Estados Unidos “não tolerarão ataques e ameaças contra vidas norte-americanas” e “reiterou que o governo iraquiano deve defender os membros da coligação” anti-jihadista dirigida pelos EUA, segundo um comunicado divulgado esta segunda-feira pelo Departamento de Estado. O secretário de Estado disse ainda que “os grupos responsáveis pelos ataques deviam ser responsabilizados”.

A base de Taji, a norte de Bagdad e onde estão destacados militares da coligação internacional, foi visada por duas vezes a semana passada por “rockets”, que mataram na quarta-feira dois soldados norte-americanos e uma britânica e feriram no sábado três outros militares dos EUA e dois iraquianos.

Os ataques de uma amplitude rara relançaram o receio de uma escalada no Iraque e com o vizinho Irão, considerado habitualmente responsável por Washington de estar por trás dos disparos. Desde o final de outubro, 23 ataques com rockets visaram interesses norte-americanos no Iraque e as fações armadas pró-Irão apelam regularmente para que os norte-americanos sejam expulsos do país.

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Nenhum dos ataques com rockets foi reivindicado, mas os Estados Unidos acusam as Brigadas do Hezbollah, uma das fações pró-iranianas mais radicais do Iraque.

Em represália pelo ataque de quarta-feira, o exército norte-americano realizou bombardeamentos contra, segundo Washington, bases das Brigadas do Hezbollah no Iraque.

Na sexta-feira, o Irão advertiu o presidente norte-americano, Donald Trump, contra qualquer “ação perigosa” e o governo iraquiano considerou uma violação da sua soberania aqueles ataques, que mataram cinco membros das forças iraquianas e um civil.

No final de 2019, disparos de rockets que mataram um norte-americano provocaram uma escalada, que quase degenerou num confronto armado quando Trump ordenou um ataque que matou o importante general iraniano Qassem Suleimani e o seu “número dois” iraquiano em Bagdad.