Segundo o New York Times, a Isle of Man TT é a corrida mais perigosa do mundo. O que até é fácil de perceber pois, de uma assentada, não só é extremamente rápida, com uma velocidade média por volta superior a 200 km/h, como tem inúmeros ressaltos e lombas, ou não fosse ela disputada numa estrada aberta ao público todos os dias do ano, à excepção das duas semanas em que decorre o evento. Veja aqui um resumo de 2019:

A Ilha de Man é uma pequena porção de terra no Mar da Irlanda, entre a Irlanda do Norte e Inglaterra. A edição deste ano do Isle of Man TT, ou Tourist Trophy, estava agendada para arrancar a 30 de Maio, prolongando-se depois até 12 de Junho, para durante as duas semanas os participantes nas diversas categorias terem direito a uma semana de treinos e outra de provas. O circuito onde iriam decidir quem é o mais rápido é, simultaneamente o maior trunfo da prova e o motivo pelo qual ela é considerada a manifestação desportiva mais perigosa do mundo, onde já morreram 151 pilotos entre 1907 e 2019, com a liderança deste lamentável ranking de perdas de vidas humanas a ser liderado pela edição de 1970, com seis fatalidades, seguida de 2016, com cinco. Veja o que acontece quando algo corre mal:

Extremamente rápido, com as motos mais velozes a realizarem uma volta à velocidade média de 217,989 km/h (em 2018), o circuito de Snaefell Mountain Course tem uma extensão de 60,7 km, que dá a volta à parte central da ilha, e é tão perigoso quanto traiçoeiro, com lombas que fazem as motos levantar voo, entremeadas com irregularidades que as fazem dançar (e “cuspir” o piloto) à mínima distracção. Como se isto não bastasse, não há rails de protecção, mas apenas passeios e muros, e também não existem escapatórias. Para ajudar ainda mais, o piso pode estar seco numa ponta do circuito e húmido na outra, o que transforma o traçado numa lotaria muitas vezes mortal, onde só os verdadeiros homens (ou os mais loucos) arriscam correr.

Este ano vai ser um dos poucos em que não morrer ninguém em Snaefell Mountain Course, pura e simplesmente porque a corrida foi anulada. Tudo por causa do coronavírus. Mas já está garantido que, para o ano, há mais. Aproveite para recordar a história desta prova:

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