Com um aumento de mil infetados num universo de 12 mil positivos e 28 mortos pela Covid-19, a chanceler alemã, Angela Merkel, falou esta noite de quarta-feira ao país. Numa declaração pré-gravada, muito pouco usual como foi referido pela própria, Merkel deixou um recado a todos: “Esta situação é séria. Levem-na a sério. Depois da reunificação alemã, não, desde a Segunda Guerra Mundial, que não tínhamos um desafio assim”.

A chanceler alemã, que já disse que o vírus deverá atingir 70% da população alemã, apelou a todos que sigam escrupulosamente as medidas que as autoridades aconselham porque o sucesso do fim desta pandemia depende de cada um. Lembrando estar a fazer uso de uma “forma pouco comum” de comunicação ao país, através de um vídeo pré-gravado, Merkel socorreu-se da sua própria história para explicar as restrições que foi obrigada a ordenar.

“Para alguém como eu, para quem a liberdade de movimento e de viajar eram direitos conquistados com afinco, estas restrições só podem ser justificadas quando são absolutamente necessárias. Numa democracia, elas não devem ser decretadas de ânimo leve — e apenas temporariamente. Mas neste momento são essenciais  para salvar vidas”, disse.

Merkel recomendou a distância social de pelo menos dois metros entre as pessoas, pediu cuidado extremo com os idosos e assegurou que todos vão continuar a ter bens alimentares nos supermercados. “A prateleira pode estar vazia num dia mas no seguinte estará cheia”, garantiu, embora tenha pedido, à semelhança do que já foi pedido em Portugal,para as pessoas não açambarcarem — o que em alemão tem uma expressão própria usada pela chanceler: “não façam compras de hamster“. Eventos, missas, escolas, jogos, está tudo em suspenso com um só objetivo: “salvar vidas”. Garantiu também que a Alemanha vai fazer o que for preciso para ajudar a fomentar a economia alemã.

“Só juntos vamos ultrapassar isto. E tenho a certeza absoluta de que vamos conseguir”, disse.

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