Com o fecho antecipado dos estabelecimentos de ensino devido à infeção por Covid-19, milhares de alunos dependem das novas tecnologias para continuarem o seu processo de aprendizagem enquanto durar a suspensão das atividades letivas presenciais. E os professores recorrem, agora, às videoconferências ou aos chats para continuarem a propor atividades pedagógicas. Se é certo que esta é uma realidade em inúmeras casas portuguesas, também é verdade que algumas escolas e professores têm sentido “constrangimentos em garantir o contacto com os alunos especialmente carenciados ou vulneráveis”, segundo o Ministério da Educação, para quem esta realidade é um “foco de preocupação”.

Com o objetivo de manter o contacto e o apoio aos alunos que se encontram com maior potencial de risco de exclusão social, e de forma a garantir-lhes o direito à educação (mesmo em situação de pandemia), foram sugeridas várias medidas de intervenção educativa para crianças em situação de vulnerabilidade, propostas pela Área Governativa da Educação e a da Presidência. E desta forma, corrigir as assimetrias entre os estudantes, privilegiando soluções que utilizem “processos simples e não exigentes de muita tecnologia”. Eis alguns exemplos:

  • Identificação dos alunos sem acessibilidade e com irregular participação nas atividades propostas pelo diretor de turma ou professor titular
  • Definir canais de comunicação com as crianças e jovens em situação de vulnerabilidade. Privilegiar canais fáceis, momentos de contacto diário, através de todas as formas de comunicação disponíveis, como o telefone (voz ou mensagem)
  • Para os que têm telemóvel, com acesso ao whatsapp ou outras aplicações semelhantes, estimular o envio de dúvidas e trabalhos por mensagem ou fotografia
  • Promover a visualização de conteúdos educativos nos canais de televisão (que já se disponibilizaram para esse efeito)
  • Articular com os CTT a entrega/levantamento de fichas de apoio e trabalhos ao domicílio
  • Mobilizar parceiros locais para a disponibilização de wifi ou equipamentos informáticos
  • Mobilizar cidadãos para interagirem com as famílias e crianças, fomentando a entrega/recolha de fichas ao domicílio e posterior monitorização. Exemplo de estudantes, (designadamente na área da educação), bancos de voluntariado, docentes reformados, vigilantes escolares, organizações não governamentais ou associações de migrantes

O documento propõe ainda o recurso à rede de apoio do Alto Comissariado para as Migrações (ACM) com o propósito de identificar a população imigrante, refugiada, cigana ou oriunda de contextos vulneráveis.

Pede-se ainda ao ACM que sinalize aquelas que não têm acesso à internet, aos smartphones, tablets ou redes sociais, para que a informação seja depois comunicada aos estabelecimentos escolares.

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