Em conferência de imprensa transmitida em direto via streaming, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez elogiou esta sexta-feira a “coragem” da sociedade espanhola, mas deixou um aviso, citado pelo jornal espanhol El País: “Infelizmente, o pior está para chegar. Aproximam-se dias muito duros”.

O número de diagnosticados e falecidos vai aumentar nos próximos dias. Vem aí dias muito duros. Temos de chegar ao final da próxima semana muito fortes. O risco está em todo o lado, mas temos de fazer um esforço maior em alguns lugares [específicos]. Aproximam-se dias muito críticos, para os quais temos de nos preparar”, referiu Sánchez.

O primeiro-ministro espanhol falava numa conferência de imprensa relativa à evolução da propagação do surto do novo coronavírus no país, que conta já com perto de 25 mil casos de infeção confirmada e com 1.378 vítimas mortais.

O primeiro-ministro espanhol notou que “não é o medo que nos mantém fechados nas nossas casas, é a coragem” e defendeu que Espanha decretou “as medidas de confinamento mais duras do mundo” para contar a evolução da pandemia. “Adotámos as medidas mais drásticas e mais restritivas do mundo. Temos consciência do impacto social sobre os direitos dos cidadãos. Espanha está entre os países mais afetados da Europa e do mundo”.

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A Covid-19, notou ainda Pedro Sánchez,”é uma infeção que se propaga a uma velocidade e com uma facilidade sem precedentes. Temos vindo a aplicar a estratégia definida pela Organização Mundial de Saúde para conter a propagação do vírus. Temos de conseguir o tempo necessário para que a ciência encontre tratamentos eficazes”.

Mais de 12.500 mortos no mundo. Percentagem de mortos nos casos resolvidos está a aumentar

O PM espanhol assumiu ainda que os últimos dias confirmaram as piores previsões possíveis para a evolução do vírus: “Nestes sete dias vimos como se cumpriram os piores prognósticos e todos os Governos tomaram medidas extremas [por isso mesmo]. É uma catástrofe para a qual a humanidade não estava preparada. Só passaram sete dias, mas mudaram-nos”. Foi precisamente há sete dias, a 14 de março, que Espanha decretou estado de emergência.