Os guardas e outros funcionários dos serviços prisionais vão ter uma das tarefas mais difíceis nesta crise criada pelo surto de coronavírus, reconhece o Diretor-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, numa mensagem enviada ontem depois da ordem dada para suspender as férias destes trabalhadores.

Covid-19. Férias dos guardas prisionais serão suspensas e turnos reduzidos para metade

O diretor dos serviços prisionais prometeu para breve acesso a equipamento de proteção individual para os guardas e outro pessoal que trabalha nas prisões. Rómulo Mateus admitiu as dificuldades em obter esse material devido a condicionantes do mercado, mas assegura que haverá uma distribuição equitativa.

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“A aquisição logo ordenada do equipamento de proteção individual encontrou as dificuldades de que sois conhecedores, por condicionantes do mercado, mas muito em breve teremos acesso a esse material”.

Invocou as orientações da Direção-Geral de Saúde para justificar uma das primeiras decisões tomadas — a de suspender as visitas aos presos — e sublinhou o incentivo ao teletrabalho sempre que possível. ” Preocupa-me proteger todos quantos fazem para desta casa o que ela é, mas também aqueles que, de fora, nos procuram”.

Apesar de sublinhar o  “espírito de união, de devoção à missão essencial que executamos em prol da República,” Rómulo Mateus não escondeu a sua preocupação com aqueles que estão na primeira linha de contacto com a população reclusa, jovens internados e cidadãos vigiados eletronicamente, mas confia que vão “continuar a desempenhar a sua complexa e difícil tarefa”. Avisa ainda que os colaboradores civis e dirigentes das prisões terão “uma das tarefas mais difíceis, mas deixo aqui a minha certeza de que todos dirão presente! e que o dever será cumprido”

Na mensagem deixou ainda a garantia de que os técnicos de reinserção social não vão abandonar os centros educativos frequentados pelos jovens no sistema prisional. E uma palavra para o pessoal de Saúde, médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico, administrativos, todos, enfim, que têm trabalhado incansavelmente (…) e a quem o futuro próximo pedirá muito mais”, e com quem, acredita, “podemos contar incondicionalmente”, tal como a “sociedade e o Estado podem contar connosco”. Rómulo Mateus reconheceu ainda que “vamos enfrentar um momento particularmente difícil, como aliás todos os nossos compatriotas”, mas acredita que “vamos emergir desta crise”.