O defesa central David Carmo, do Sporting de Braga, disse sentir falta “dos momentos de treino, de balneário e dos jogos” de futebol e mostrou “preocupação com o bem-estar de todos os atletas e equipas”.

O jovem que começou a temporada na equipa B, mas que se afirmou na principal com Rúben Amorim (agora treinador do Sporting), abordou com a comunicação social, numa videoconferência a partir de casa, vários temas, entre eles a Covid-19 e a paragem a que ela obrigou.

Sentimos a falta dos momentos de treino, de balneário, e, como é óbvio, dos jogos e tudo o que os envolve”, afirmou.

Sobre o regresso à competição, disse que, de momento, a sua “preocupação é o bem-estar de todos, de todos os atletas e equipas, de todo o país” e confia “totalmente na Liga e nos departamentos médicos responsáveis” para essa decisão.

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A pandemia Covid-19 é motivo de apreensão. “Preocupa-nos claramente, somos humanos, também podemos apanhar o vírus, mas tentamos encarar isto como se fosse mais um jogo e, unidos, vamos tentar ganhá-lo”, disse.

Campeão europeu sub-19 em 2018, tal como Trincão, David Carmo está a viver neste período com o extremo e com o espanhol Abel Ruiz, reforço de janeiro dos bracarenses, proveniente do FC Barcelona B.

“Somos os três quase da mesma idade [20 anos], falámos entre nós e achámos que era uma melhor maneira de passarmos o tempo juntos. Fazemos os treinos juntos, a alimentação, fazemos tudo os três”, contou.

David Carmo revelou receberem muita ajuda por parte do clube, que lhes leva a casa, “todos os dias, o almoço e o jantar”, e que mantêm contacto regular com o novo treinador, Custódio Castro.

“Ainda ontem [sábado], me mandou uma mensagem a perguntar como estamos e mostrou preocupação connosco, perguntou se temos feito o plano e, acima de tudo, disse para nos ajudarmos uns aos outros”, disse.

A rotina do dia-a-dia começa por “acordar cedo”. “Tomamos o pequeno almoço e fazemos o plano de ginásio à mesma hora que treinávamos, entre as 10h e as 11h. Depois, almoçar e, à tarde, é arranjar coisas para fazer: comprámos uma tabela de basquete, duas balizas, além de jogarmos PlayStation e vermos Netflix”, conta.

Os pais vivem na zona de Aveiro e David Carmo, apesar de já estar habituado desde cedo a estar longe, mantém o contacto diário com os progenitores.

“O meu pai só deixou de trabalhar recentemente, era um assunto que me preocupava muito porque a profissão dele implicava muito contacto e sabemos como é que o vírus se passa. Agora, felizmente que já estão os dois em casa [pai e mãe]. Estamos longe, mas é uma coisa a que já estamos habituados, desde miúdo que estou longe, e falo com eles todos os dias por telemóvel, de manhã e à noite”, contou.