No mundo da arte, poucos nomes estão tão ligados quanto os de Goscinny e Uderzo. Há casos de romancistas a quatro mãos, de cineastas que não abdicam das suas musas e até de pintores que confiam boa parte do trabalho às suas oficinas; no entanto, o caso de Goscinny e Uderzo é diferente. Em geral, há nestas relações uma certa hierarquia pressuposta; apesar de tudo, Marx tem muito mais peso no binómio do que Engels.
Ora, na banda desenhada, por mais que Goscinny fosse o maior argumentista de todos os tempos, por mais que deixasse instruções pormenorizadíssimas sobre o que queria para cada vinheta, não pode funcionar da mesma maneira.
Astérix pode ter os argumentos mais inventivos da história da banda desenhada, mas nunca teria o impacto que teve sem as figuras que Uderzo criou, nos seus contornos bem definidos, nos traços surpreendentemente simples e tão característicos, cheios de narizes redondos e cores vivas, sem as suas figuras cómicas e atrativas à primeira vista.
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