Novecentas e dezanove. Foi este o número de pessoas que morreram na Itália devido à Covid-19 nas últimas 24 horas, o maior aumento num único dia até agora. Foi um aumento de mais 200 vítimas, em relação à média dos dias anteriores desta semana e são já mais de 9 mil as pessoas que morreram devido a esta pandemia (em rigor, 9.134, de acordo com a Proteção Civil italiana) no país. E ainda não foi atingido o pico do surto.

A informação foi adiantada esta sexta pelo diretor do Instituto Nacional de Saúde, Silvio Brisaferro, que disse numa conferência de imprensa que disse que “há sinais de que a curva esteja a abrandar” e que isso faz as autoridades italiana preverem que “possam chegar ao pico [de contágio] nos próximos dias. Não estamos numa fase de redução, mas o crescimento está a abrandar”, sustentou.

Na mesma frase, Brisaferro avisa que este cenário não deve “iludir” as pessoas e fazê-las baixar a guarda “nas medidas de distanciamento social adotadas”. O responsável disse mesmo que se fosse tomada hoje uma decisão para prolongar as restrições de contacto ele seria a favor. E isto porque, segundo diz, Itália “não está numa fase de declínio, mas ainda de contágio”.

O número de novos casos positivos em Itália tem vindo a baixar nos últimos dias e os números divulgados esta sexta-feira voltam a mostrar uma quebra: depois da subida de quinta-feira para 6.203, o número de casos baixou para 5.909. No início da semana já tinham sido registados, no entanto, número que permitiam um maior otimismo: entre 4.789 e 5.210 novos infetados.

Também esta sexta-feira, a Associação Italiana da Médicos fez saber que 45 dos médicos que já foram infetados com coronavírus acabaram por morrer. O país está em terceiro lugar dos países do mundo com mais casos registados, só ultrapassado pelos Estados Unidos (cerca de 82 mil casos) e pela China (82 mil casos), país onde surgiu o primeiro surto do novo vírus que provoca a Covid-19.

Em Itália, associado ao drama da doença que arrasou o país, começam agora a aparecer casos de dificuldades financeiras gritantes, sobretudo no sul do país. Em Nápoles, há registos de vários pedidos de auxílio financeiro por parte das famílias e esta sexta-feira vários postos dos correios foram invadidos por pessoas que com pressa de receber as suas pensões –  que tiveram o pagamento antecipado numa medida que visou responder a esta crise. A situação levou a concentrações de pessoas que acabou por colocar em causa as medidas de restrição que estão em vigor no país.

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