O presidente executivo da ANA – Aeroportos de Portugal afirmou esta quarta-feira que “entrou em diálogo com os seus trabalhadores, pedindo a colaboração voluntária de todos com um conjunto de medidas”, numa tentativa de evitar a aplicação do “lay-off” na empresa.

Tendo em conta o difícil momento que se vive em todo o setor da aviação, com os aeroportos de todo o mundo praticamente sem movimento, a ANA, numa tentativa de evitar a aplicação do ‘lay-off’, entrou em diálogo com os seus trabalhadores pedindo a colaboração voluntária de todos com um conjunto de medidas, como gozo de férias antecipadas, redução do tempo de trabalho em 20% e licenças sem vencimento”, declarou Thierry Ligonnière, numa declaração por escrito à Lusa.

Na mesma nota, o presidente da Comissão Executiva (CEO) realça que “todas estas medidas [propostas] serão voluntárias e só serão executadas com o acordo do próprio trabalhador”. “Na ANA faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para manter a sustentabilidade futura da empresa e a manutenção dos postos de trabalho”, declarou.

Como a Lusa noticiou na terça-feira, numa carta enviada aos trabalhadores, Thierry Ligonnière apelou “à adesão individual a uma ou mais medidas de apoio”, entre as quais constam a atribuição de licenças sem vencimento, redução temporária de 20% do período normal de trabalho durante três meses ou o gozo antecipado de férias relativas a 2020.

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A empresa gestora dos aeroportos nacionais anunciou a aplicação de um corte de 20% nos salários da Comissão Executiva, a suspensão da distribuição de prémios durante o período da crise, da revisão da tabela salarial e da atualização do subsídio de refeição até ao final do ano.

Na extensa carta, Thierry Ligonnière informa ainda que “deverão ser gozados os descansos compensatórios já vencidos e as férias relativas aos anos anteriores, até 30 de abril” e que está suspensa a realização de trabalho suplementar, salvo autorização expressa da Comissão Executiva”. Além disso, refere, foram interrompidas as ações de consultoria externa, as contratações e adiadas ações de manutenção preventiva em infraestruturas e equipamentos não críticos.

Assumindo que as medidas já adotadas “serão provavelmente insuficientes” para proteger o emprego, caso a recuperação não aconteça no curto prazo, a ANA apela então à “mobilização voluntária e solidária dos trabalhadores da empresa”, através da adesão a uma ou mais das medidas propostas.

Os diretores e a equipa de recursos humanos irão, nos próximos dias, fornecer mais detalhes sobre estas opções e sobre a adesão às mesmas”, explica.

O presidente executivo da ANA refere que “os aeroportos de Portugal atravessaram muitas situações difíceis ao longo da sua existência, entre depressões financeiras ou económicas globais, guerras, terrorismo e crises sanitárias internacionais”.

Mas “a realidade é que as consequências da Covid-19 na nossa atividade são as mais brutais alguma vez vividas, ultrapassando os efeitos acumulados dos atentados de setembro de 2001 e da crise financeira de 2009”, adverte.