A conversão de veículos clássicos, com velhos e poluentes motores de combustão, em modelos eléctricos alimentados por bateria é cada vez mais frequente. E há um número crescente de empresas capazes de fornecer este serviço, com qualidade e a desejada segurança, mesmo em Portugal. O caso deste Volkswagen Type 2 (o Type 1, o primeiro modelo da marca alemã, foi o Carocha, com o Pão de Forma, ou Type 2, a ser o segundo, tendo surgido em 1950) chega-nos do Reino Unido e foi transformado pela Electric Classic Cars.

O Pão de Forma em causa é um T2, uma vez que o T1, o primeiro construído e que se caracterizava por possuir o pára-brisas dividido ao meio, foi produzido entre 1950 e 1967. A unidade recuperada pelos especialistas do País de Gales é um Type T2 de 1969, na versão pick-up, com uma cabina com duas filas de assentos, onde cabem facilmente seis adultos, para depois lá atrás disponibilizar uma zona de carga de dimensões consideráveis.

Depois de recuperada de tudo o que era ferrugem e peças deterioradas, tanto no exterior como no interior, foi decidido que era altura de reformar também o velho motor de quatro cilindros opostos, o “boxer” que só a Subaru e a Porsche ainda usam, cujos 1,6 litros e 48 cv (valor que anunciava em novo, com a certeza que muitos dos cavalos já tinham abandonado a manada) se revelariam insuficientes para garantir o desejado dinamismo.

No lugar do boxer original e a correspondente caixa de velocidades, a Electric Classic Cars montou um motor de um Tesla Model S, com 456 cv, ligado directamente ao eixo traseiro, depois de passar por um redutor. Como seria de esperar, apesar de ter reforçado os semi-eixos, estes revelaram-se manifestamente incapazes de, depois lidar com cerca de 80 Nm, conseguirem agora enfrentar a fúria de 500 Nm. Daí que os primeiros semi-eixos, segundo o dono do Type 2, tenham durado apenas 20 minutos, ou seja, até à primeira aceleração, que os degolou de imediato. Aço mais resistente e maior espessura resolveram o problema.

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Para alimentar o motor eléctrico, foi instalada uma bateria de um Tesla, com 100 kWh de capacidade, com a vantagem que ao Type 2 não falta espaço para alojar uma bateria de dimensões generosas, nem a capacidade de lidar com o peso extra. E, com esta, o Pão de Forma passa a reivindicar 1600 kg. A vantagem de possuir uma bateria “grande” traduz-se numa autonomia maior, com o dono do histórico modelo a garantir que é capaz de percorrer 400 km entre recargas, desde que se adopte um ritmo de passeio.

Caso se explore a capacidade de aceleração do Pão de Forma, então é garantindo que a autonomia se vê consideravelmente reduzida. Mais ainda quando o condutor demonstrou a incapacidade do chassi e suspensões de um veículo comercial com 51 anos em lidar com 456 cv, especialmente quando se acelera a fundo, destruindo os pneus traseiros, que se transformam em fumo. Mas o melhor é ver o vídeo: