O Hospital Prisional de São João de Deus, em Caxias, no concelho de Oeiras, vai receber esta quarta-feira 10.000 máscaras disponibilizadas pela Câmara Municipal, para combater a pandemia de Covid-19, na sequência do apelo do Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

Sem obrigação de apoiar, até porque o Ministério da Justiça já assegurou o stock necessário de máscaras e outros materiais de prevenção de contágio para todos os estabelecimentos prisionais, a Câmara Municipal de Oeiras respondeu ao alerta de “grande carência de material de proteção” no Hospital Prisional de São João de Deus, disponibilizando 4.000 pares de luvas, 10.000 máscaras cirúrgicas, 150 máscaras formato FFP2, quatro termómetros lazer e 100 viseiras.

Aguardamos a todo o momento mais e outros equipamentos de proteção individual, designadamente fatos Tyveck, óculos panorâmicos, fatos hospitalares, gel (álcool), botas, toucas, etc., que serão entregues à medida da sua chegada”, avançou o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, em resposta escrita à agência Lusa.

Segundo o autarca, este apoio ao Hospital Prisional de São João de Deus surge após uma carta do SIM a expor a “situação que consideram grave de escassez de equipamentos de proteção individual”.

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Na segunda-feira, o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, disse que “não é verdade” que todos os guardas prisionais passariam a usar máscara de proteção para fazer face à Covid-19.

Tal como não é verdade que existam matérias de proteção ou planos de contingência”, avançou Jorge Roque da Cunha, exigindo “medicas concretas para a segurança de todos”.

A Lusa questionou o Ministério da Justiça sobre as declarações do SIM, ao que a tutela assegurou que, na segunda-feira, “foram recebidas 22 mil máscaras, das quais 13.900 foram distribuídas por todo o país, exceto regiões autónomas que receberão nos próximos dias“.

Além da disponibilidade de material de proteção, a tutela emitiu uma ordem para todos os estabelecimentos prisionais, reforçando que as máscaras devem ser usadas por todos os colaboradores – é-lhes dada uma máscara de cada vez que entram ao serviço.

O Ministério da Justiça revelou esta quarta-feira aumentou para cinco o número de infetados com Covid-19 no sistema prisional.

O Ministério da Justiça recordou que estão proibidas as visitas aos reclusos, que o plano de contingência para a Covid-19 tem sido regularmente atualizado e que “o stock de máscaras e outros materiais de prevenção de contágio irão ser renovados à medida das necessidades”.

Depois da resposta do Ministério da Justiça e do apoio da Câmara Municipal de Oeiras, o SIM afirmou que “31 de março de 2020 ficará na história como o dia em que as máscaras de alguma proteção começaram a ser utilizadas nas prisões“, acrescentando que foi “uma vitória, mas não o fim da luta para a segurança de guardas e reclusos”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 828 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 41 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito na terça-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 160 mortes, mais 20 do que na véspera (+14,3%), e 7.443 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 1.035 em relação a segunda-feira (+16,1%).

Dos infetados, 627 estão internados, 188 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 2 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 0h de 19 de março e até às 23h59 de 2 de abril.