O termo é “afundar” e não será para menos. De acordo com os dados divulgados pela Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP), o mercado automóvel português “afundou em Março de 2020, devido à crise provocada pelo novo coronavírus”.

A dimensão do “afundanço” é dada pela comparação com o período homólogo do ano anterior, altura em que o mercado nacional registou um total de 28.090 novas matrículas de veículos ligeiros (passageiros e mercadorias), ao passo que no mês passado se ficou pelas 12.153 unidades. O tombo é de 56,7% e afecta todas as marcas, à excepção da Tesla (+53,2%), Land Rover (+27,3%) e Bentley (+50%). De ressaltar que, neste último caso, em termos absolutos a marca entregou mais um carro do que em Março de 2019.

No acumulado do trimestre, as vendas de ligeiros recuaram 23,8%, para as 51.198 unidades, ou seja, menos 16.253 viaturas de passageiros e de mercadorias do que as comercializadas entre Janeiro e Março do ano passado.

A queda foi ainda mais acentuada se considerarmos exclusivamente os ligeiros de passageiros, que transaccionaram 10.596 veículos contra as 24.900 unidades de Março de 2019, isto é, uma redução de 57,4%. No trimestre, as vendas caíram das 59.445 viaturas de 2019 para 45.282, numa contracção de 23,8%.

No mês passado, entre os ligeiros de passageiros, as maiores quedas no top 10 foram protagonizadas pela Opel (-80,4%), seguida da Citroën (-69,9%) e Renault (-68,0%). Ainda assim, o fabricante gaulês mantém a liderança no trimestre, com 5401 unidades, à frente da Peugeot, com 4884 novas matrículas, e da Mercedes (4208).

Considerando veículos ligeiros e pesados, Março viu as vendas baixarem 56,6%, com um total de 12.399 unidades. Em termos acumulados, no primeiro trimestre, foram colocados em circulação 52.941 novos veículos, o que representou uma diminuição homóloga de 24,0%. Ressalta a ACAP que, embora severos, estes números beneficiam do facto de no mês passado terem sido “matriculados muitos veículos cujas encomendas tinham sido efectuadas antes da pandemia do coronavírus”, o que não abre perspectivas mais animadoras para o mês de Abril. Pelo contrário.

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