A companhia aérea South African Airways (SAA, na sigla em inglês) vai efetuar sexta-feira dois voos fretados pelo governo alemão para repatriar os seus cidadãos retidos na África do Sul devido ao recolher obrigatório para conter a pandemia de Covid-19, disse esta quinta-feira um porta-voz da empresa.

“A SAA vai efetuar amanhã [sexta-feira] dois voos de repatriamento de cidadãos alemães de Joanesburgo para Munique, e da Cidade do Cabo para Frankfurt”, disse o porta-voz Tlali Tlali, em declarações ao canal sul-africano ENCA.

O porta-voz informou que os cidadãos alemães serão submetidos a uma triagem rigorosa antes do embarque e que a operação exclui pessoas em regime de quarentena na África do Sul que testaram positivo pela Covid-19.

Além da Alemanha, referiu a mesma fonte, a estatal aérea sul-africana e os ministérios governamentais também estão em negociações com outras representações diplomáticas no país que pretendem repatriar cidadãos da África do Sul.

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“Os países em que os planos de repatriamento estão em estágio avançado são a Alemanha, a Bélgica e o Brasil”, adiantou.

Trata-se de uma situação excecional devido ao lockdown, os voos são fretados pelos nossos clientes, cujas embaixadas definem as preferências de destino tendo em conta outros aspetos logísticos”, declarou Tlali Tlali.

Segundo o porta-voz, os voos fretados à SAA “vão ser operados em regime comercial e os interessados devem contactar as suas respetivas representações diplomáticas para que o seu repatriamento seja facilitado”, adiantou.

“O custo destas operações está a cargo dos requerentes que representam os respetivos governos”, referiu Tlali Tlali.

O consulado de Portugal em Joanesburgo tem conhecimento de 39 pessoas que querem ser repatriados, devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus.

Nesse sentido, o cônsul-geral, Francisco Xavier de Meireles, indicou que o repatriamento de portugueses da África do Sul poderá vir a ser efetuado através dos mecanismos da proteção civil da União Europeia, com voos para atender a várias centenas de turistas europeus retidos no país.

Contactado pela Lusa na segunda-feira, o cônsul-geral disse ter sido instruído a remeter para o gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, todos os pedidos de informação sobre a situação de repatriamento de portugueses retidos na África do Sul.

Até ao momento, o embaixador de Portugal na África do Sul, Manuel Carvalho, também não respondeu às solicitações da Lusa.

O surto epidémico do novo coronavírus já causou na África do Sul, o país africano mais afetado, cinco mortos e 1.380 casos positivos de infeção desde 1 de março, segundo as autoridades da saúde.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 940 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 47 mil. Dos casos de infeção, cerca de 180.000 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O número de mortes em África subiu para pelo menos 209 num universo de mais de 5.940 casos confirmados em 49 países, de acordo com as estatísticas sobre a doença no continente.