A Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos com Incapacidades (CERCI) de São João da Madeira revelou na quarta-feira ter quatro utentes e cinco funcionários infetados com Covid-19.
Esta instituição do distrito de Aveiro conta com 36 funcionários e quase 60 utentes, e distribui a sua atividade por duas valências: um centro de dia ocupacional na zona da Mourisca, encerrado pelo menos até 9 de abril, e ainda um lar residencial junto à Praça Barbezieux, atualmente em quarentena profilática.
O caso mais grave nesta CERCI é o de um utente do lar residencial que está internado Hospital São Sebastião, em Santa Maria da Feira, mas “a recuperar bem e prestes a ter alta médica”, disse à Lusa o presidente da instituição, António Cunha.
Os restantes sete utentes do lar “estão sem sintomas e em quarentena desde 16 de março”, acompanhados por duas funcionárias que, segundo António Cunha, voluntariamente se disponibilizaram para os seguir de forma ininterrupta, pernoitando no edifício.
Os outros quatro utentes e nove funcionários infetados estão a recuperar em casa, sob isolamento profilático, mas o presidente da CERCI adiantou que ainda há casos suspeitos a aguardar o resultado e lamenta que só quem evidenciou sintomas tenha sido sujeito a rastreio.
Acho que todos os que estão ligados à atividade da CERCI deviam ter sido testados, mas o delegado de saúde só mandou analisar quem tinha sintomas e a realidade é que, mesmo que ele quisesse pedir mais exames, não há reagentes nem zaragatas para os fazer”, reconheceu.
O presidente da Câmara de São João da Madeira, Jorge Vultos Sequeira, não quis comentar as limitações de testes.
“O que eu posso dizer é que a Comissão Municipal de Proteção Civil de São João da Madeira está a acompanhar a CERCI diariamente, através de contactos com a instituição e com o delegado de saúde local, e tem prestado todo o apoio possível, quer ao nível de equipamentos de proteção individual, quer de acompanhamento apoio psicológico”, declarou.
Jorge Vultos Sequeira acrescentou que a câmara também cedeu equipamento informático ao lar residencial, para garantir que os utentes e funcionários em quarentena possam aceder a informação sobre a pandemia e contactar com o exterior via internet.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 905 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 46 mil. Dos casos de infeção, pelo menos 176.500 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, o último balanço da Direção-Geral da Saúde indicava 8.251 infeções confirmadas. Desse universo de doentes, 187 morreram, 726 estão internados em hospitais, 43 recuperaram e os restantes convalescem em casa ou noutras instituições.
Em 17 de março, o Governo declarou o estado de calamidade pública no concelho de Ovar, distrito de Aveiro, e desde o dia 19 todo o país está em estado de emergência, o que vigorará pelo menos até às 23h59 de quinta-feira.
