O comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton, defendeu esta quinta-feira que a crise gerada pela Covid-19 deve funcionar como “catalisador” para melhorar a autossuficiência das empresas da União Europeia (UE), notando que após o surto “o mundo mudará”.

Temos de olhar para a inovação. Esta crise deve servir como um catalisador para melhorarmos o que estamos a fazer, no que toca à nossa autossuficiência, e também para analisarmos a globalização e a relocalização” das empresas, sustentou Thierry Breton, falando numa intervenção por videoconferência na comissão do Mercado Interno do Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Para Thierry Breton, após a crise gerada pela pandemia, “o mundo será diferente do que se conhece”, pelo que apelou à ação das empresas comunitárias, que “será mais importante do que nunca para a estratégia industrial” da UE.

Afirmando esperar um impacto “maciço” na economia comunitária devido à Covid-19, Thierry Breton admitiu a utilização “de abordagens não convencionais” para lidar com estes efeitos. “Não hesitaremos em adotá-las se forem úteis”, afirmou.

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Perante os eurodeputados, o comissário europeu precisou ser “do interesse de todos [os Estados-membros] encontrar ferramentas” para estimular o tecido económico e industrial europeu e enfatizou que “todos os países, incluindo a Alemanha ou a Holanda”, os mais reticentes à aplicação de algumas medidas, terão de “pedir dinheiro emprestado” para apoiar as suas indústrias e as suas pequenas e médias empresas. “Nenhum país tem uma estrutura financeira” para recuperar sozinho, alertou ainda.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 940 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 47 mil. Dos casos de infeção, cerca de 180 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com mais de 508 mil infetados e mais de 34.500 mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos.