No final de fevereiro, já as autoridades chinesas tinham anunciado a proibição de vender e consumir animais selvagens. Shenzhen, no entanto, decidiu ir mais longe e alargar a restrição a cães e gatos, tornando-se na primeira cidade chinesa a adotar esta medida, avançou a Reuters esta quinta-feira. Segundo as autoridades do sul da China, a nova lei entrará em vigor a partir do dia 1 de maio.

Cães e gatos estabeleceram uma relação muito mais próxima com os seres humanos do que todos os outros animais, e proibir o consumo de cães, gatos e outros animais de estimação é uma prática comum em países desenvolvidos e em Hong Kong e Taiwan”, explicou o governo da cidade numa nota publicada na quarta-feira.

Em fevereiro, propunha-se também banir a venda e o consumo de tartarugas e sapos, muito apreciados na comida no sul da China. No entanto, o governo da cidade reconheceu esta semana que este ainda é “um ponto quente de controvérsia”, esclarecendo que o consumo destes animais não seria proibido.

Citado pelo Shenzhen Daily, Liu Jianping, um funcionário do Centro de Prevenção e Controle de Doenças de Shenzhen, garante que o consumo destes animais não é uma necessidade. “Não há evidências de que a vida selvagem seja mais nutritiva do que aves e gado”, afirmou Liu, acrescentando que as aves, o gado e os animais marinhos disponíveis para os consumidores são suficientes.

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Esta proibição é exigida por ativistas dos animais há vários anos, uma vez que os cães, em particular, são comidos em várias partes da Ásia. Um dos eventos mais controversos e onde milhares de cães são mortos ou até esfolados vivos e cozidos para depois serem consumidos é o Yulin Dog Meat Festival.

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A Organização Mundial de saúde (OMS) informou no mês passado que cães e gatos não representam um perigo para a saúde dos humanos em relação à Covid-19. No entanto, o comércio deste tipo de animais tem outros riscos para a saúde, devido a doenças como a raiva.

Caso de cão levantou a suspeita. O coronavírus transmite-se de humanos para cães e gatos? E o contrário?

Uma experiência feita recentemente no Instituto de Investigação Veterinária de Harbin, na China, sugere que os gatos podem ser infetados pelo novo coronavírus. Não se sabe, no entanto, se podem transmitir o agente patogénico aos humanos ou se podem ser contagiados por eles.

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