Face aos efeitos do surto do novo coronavírus nos lares de idosos — onde reside um dos grupos de risco deste vírus — as Comunidades Intermunicipais do Alto Minho, do Cávado e do Ave pediram “urgência” ao Governo no reforço das medidas de prevenção e resolução das situações de alto risco que já foram detetadas em lares da região do Minho.

Em comunicado enviado este sábado, as três comunidades falam num “elevado número de infetados pela Covid-19 no Minho, com especial incidência em lares de idosos” e destacam as “múltiplas dificuldades de resposta do setor da saúde na disponibilização de testes e na celeridade das respostas, bem como da segurança social no encaminhamento das situações críticas entretanto ocorridas”.

Para minimizar estes problemas, as comunidades lideradas por José Maria Costa, Ricardo Rio e Raul Jorge da Cunha pedem que sejam disponibilizados “testes de despistagem para as situações críticas que sejam referenciadas pelas autoridades de saúde nos lares de idosos do Minho” e que sejam implementadas “medidas de prevenção e contenção mais rígidas nos lares, nomeadamente nas admissões, nos controlos de temperatura à entrada e no aumento dos turnos dos colaboradores/funcionários dos lares”.

Há mais de 560 casos de Covid-19 em lares portugueses. “São as grandes bombas-relógio”

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Desde o início da pandemia, já foram contabilizados (e noticiados) em Portugal mais de 500 casos de Covid-19 em lares do país, sendo a região do Norte e Centro as mais afetadas. Na passada terça-feira, e depois de ser anunciado um Plano Preventivo de combate à Covid-19 que prevê a realização de testes em lares de idosos de todo o país, a Comunidade Intermunicipal do Ave disse ter recebido “com grande surpresa” a informação de que a região do Norte não seria das primeiras a receber estes testes. Isto porque esta operação nos lares começaria em concelhos que não incluem a região Norte.

Embora ainda não seja conhecido o número exato de infetados nestas instituições, nem a localização geográfica das mesmas, a verdade é que a zona Norte é a região mais afetada do país e não está contemplada nas prioridades da referida distribuição de testes à Covid-19″, referiu a CIM do Ave em comunicado na terça-feira.

Face a este cenário, os oito municípios que constituem a CIM do Ave demonstraram “o seu desagrado com esta decisão do Governo”, pediram uma reposta urgente e mais eficaz das autoridades de saúde e deixaram ainda um alerta: “A decisão de não começar a testar lares de idosos nos distritos que registam mais casos de Covid-19 é imprudente, incompreensível e pode ser, em última instância, irreversível“.