A França encomendou cerca de dois mil milhões de máscaras a fabricantes da China para combater a disseminação da covid-19, anunciou este sábado o ministro da Saúde da França, Olivier Véran. “Devemos estar perto de dois mil milhões de exemplares de máscaras já encomendadas à China, mas vamos continuar a encomendar mais”, disse o ministro, em entrevista ao jornal online Brut.

“Os pedidos que fizemos para máscaras são muito maiores do que os que recebemos” e estão sujeitos a uma “competição mundial”, sublinhou, lembrando os esforços da França para, ao mesmo tempo, aumentar a sua produção nacional de máscaras de proteção.

Na quarta-feira, Olivier Véran assegurou que a França tinha encomendado “mais de 1,5 mil milhões de máscaras no país e no estrangeiro”, durante uma audição por videoconferência na nova comissão de investigação da Assembleia Nacional francesa sobre a gestão governamental da crise.

O ministro francês também foi questionado sobre a evolução das recomendações das autoridades de saúde, que agora aconselham a população a usar “máscaras alternativas” em tecido, enquanto as de uso médico devem ser reservadas para quem tem mais necessidade, ou seja, para profissionais de saúde e doentes.

Segundo Olivier Véran, a pandemia vai obrigar a uma mudança de “comportamentos sanitários” em França e noutros países, onde o uso de máscaras pelo público em geral não era, até agora, generalizado, sendo mesmo, às vezes, mal visto, ao contrário do que já acontecia em alguns países asiáticos.

“Temos de ser capazes de produzir máscaras para pessoas que não são cuidadoras, pessoas de segunda linha, que entrarão em contacto com o público ou, no futuro, para proteção de todos. Estamos a discutir isso com o conselho científico, com especialistas em virologia, agências de saúde, e vamos pedir que reavaliem a doutrina”, adiantou.

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