A Escola de Medicina da Universidade do Minho e o Centro Clínico Académico de Braga têm já em curso o processo para a realização de ensaios do novo ventilador português — o ATENA — em modelos vivos, animal e humano. “Os testes realizados em modelos mecânicos revelaram que o produto desenvolvido tem características que se comparam às dos ventiladores usados em unidades de cuidados intensivos”, revela José Miguel Pêgo, Médico e Professor da Escola de Medicina da Universidade do Minho, em comunicado.

Sobre o Atena, trata-se de  um ventilador pulmonar português, desenvolvido a partir do CEiiA – Centro de Engenharia para o Desenvolvimento de Produto – com a comunidade médica e científica em resposta à emergência nacional e global de saúde causada pela Covid-19, e vem no seguimento das recomendações da Organização Mundial de Saúde para que os países obtivessem equipamentos ventiladores pulmonares para responder à epidemia, com base na estimativa que 14% dos infetados com COVID-19 têm pneumonia e 5% ficam em estado crítico, necessitando de ventilação externa para conseguir respirar e combater a doença. Sobre o projeto, conta com o apoio da Fundação EDP, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação La Caixa/BPI e REN.

A fase de protótipo funcional foi alcançada em três semanas, graças ao trabalho conjunto entre 106 engenheiros de várias áreas do CEiiA, intensivistas, pneumologistas, anestesistas e internistas de hospitais públicos e privados do Norte e Sul do país e a Escola de Medicina da Universidade do Minho. Neste momento, está em teste com pulmões artificiais, “cumprindo todos os requisitos funcionais definidos para o tratamento de doentes em falência respiratória aguda”, garantem sobre o Atena, que se enquadra na tipologia de ventiladores mais avançados e complexos, os chamados “invasivos”.

O plano prevê uma primeira produção de 100 unidades no CEiiA até final de abril. Após esta fase, está prevista uma produção de 400 unidades até final de maio. Nos meses seguintes, iniciar-se-á a produção descentralizada com o objetivo de atingir as 10.000 unidades. Espera-se que já em maio os hospitais possam receber 100 unidades do modelo de ventilador mecânico invasivo concebido e “desenvolvido para salvar a vida de quem entra em falência respiratória aguda”.

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