O Ministério da Saúde contratou meio milhar de enfermeiros para reforçar o combate da pandemia no Serviço Nacional de Saúde, esclareceu este domingo a tutela, respondendo assim às exigências do Sindicato de Todos os Enfermeiros Unidos.

Num comunicado enviado à agência Lusa, o Ministério da Saúde esclareceu que, entre 13 de março e a última sexta-feira, “iniciaram funções, nas diversas unidades de saúde, em regime de contrato de trabalho, cerca de 500 enfermeiros”.

“O Governo autorizou a contratação, pelas instituições do Ministério da Saúde, dos profissionais de saúde necessários à resposta do sistema para efeitos da prevenção, controlo e tratamento da infeção por novo coronavírus”, acrescentou a tutela.

Os contratos de trabalho, acrescentou, foram celebrados “a termo resolutivo certo por um período de quatro meses” e “podem ser eventualmente renovados”.

O Sindicato de Todos os Enfermeiros Unidos (SITEU) exigiu este domingo que o Governo contrate “imediatamente” enfermeiros para reforçar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), denunciando situações “insustentáveis” que “já são crónicas”, mas “agravaram-se” devido à pandemia covid-19.

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“O défice de enfermeiros no SNS é crónico e denunciado há muitos anos, mas o enorme afluxo de doentes nas últimas semanas está a tornar a situação impossível. Os enfermeiros estão a trabalhar horas intermináveis sem folgas, sem condições de proteção mínimas, expostos ao contágio. E a situação ainda vai piorar mais com a subida esperada de casos nas próximas semanas”, refere a presidente do SITEU, Gorete Pimentel, citada num comunicado enviado à agência Lusa.

De acordo com o SITEU, o Governo está a oferecer para a entrada de novos enfermeiros, com contratos de quatro meses, 6,42 euros por hora, e os concursos lançados “estão a ficar desertos”.

“Quem quererá ir para o olho do furacão nestas condições, sem treino e sem equipamento de proteção? Numa altura em que não sabemos quando atingiremos o pico [da pandemia], quanto mais regressar à normalidade?”, pergunta a direção do sindicato.

O Ministério da Saúde respondeu que “7,42 [euros] é o valor base/hora do enfermeiro em início de carreira, a que acresce eventuais suplementos que sejam devidos”.