A NAV Portugal espera uma queda do tráfego aéreo entre 85% a 95% em abril, na sequência das medidas de combate ao Covid-19 que paralisou grande parte da aviação comercial.

Em comunicado, a empresa que gere o tráfego aéreo indica que se registou uma quebra de 36% no mês de março face ao mesmo mês de 2019, foram menos 24 mil voos. Esta queda sentiu-se sobretudo a partir do dia 16, quando as várias ligações áreas começaram a ser suspensas.

“Os números evidenciam o impacto da pandemia de Covid-19 e das diversas medidas assumidas por vários Estados para conter o ritmo de contágio, medidas que determinaram quedas abruptas no sector da aviação civil a nível global.”

Na primeira metade do mês passado, o tráfego só baixou 2%, mas na última quinzena o número de aviões controlados pela NAV caiu 66%. “Já se tivermos apenas em linha de conta a última semana do mês, a quebra do tráfego superou os 85%”. A empresa que gera o espaço aéreo português antecipa que este nível de quedas se mantenha este mês, pelo menos.

“Os valores registados na última semana de março, ao que tudo indica, deverão manter-se ao longo do corrente mês, sendo por isso expectáveis quebras a rondar os 85% e 95%. As suspensões de ligações aéreas irão provavelmente manter-se, isto além do encerramento temporário dos aeroportos em Portugal, e várias companhias já anunciaram que manterão a maioria dos aviões em terra até maio”.

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Para o presidente da NAV Portugal, General Manuel Teixeira Rolo, “a queda acentuada do tráfego é bastante preocupante, por tudo o que tal representa em termos de impactos na economia, no emprego e na vida das pessoas”. Porém, sublinha: “A prioridade hoje é conter o mais possível o impacto de uma disseminação acelerada do COVID19, sendo essa uma batalha a que todos estamos convocados.”

O cenário de queda abrupta do tráfego não é um exclusivo português. Considerando todos os voos geridos na rede Eurocontrol[3], o tráfego diário em março caiu 40,6%, de uma média de 27,3 mil movimentos diários para 16,1 mil. A queda que será mais pronunciada em abril.

A NAV Portugal, empresa pública que gere o espaço aéreo, indica ainda que várias centenas de trabalhadores continuam a exercer as suas funções nas diversas instalações da empresa espalhadas pelo país, para além de 400 funcionários que estão a trabalhar a partir de casa.

“Além do tráfego regular que se mantém, da manutenção dos equipamentos e de assegurar a realização de todos os voos de emergência médica, estes profissionais contam hoje com uma responsabilidade acrescida: garantir todas as condições para a realização dos voos de repatriamento que trazem os residentes de Portugal e da União Europeia de volta a casa neste período difícil, assim como voos de transporte de mercadorias e bens, sobretudo material médico”.

“Um agradecimento especial a todos os profissionais da NAV que continuam a garantir o seguro e expedito fluxo do tráfego aéreo. É um orgulho constatar diariamente o zelo, rigor e sacrifício com que enfrentam uma altura particularmente complicada para todos. E é também um agradecimento que a NAV Portugal estende a todos os profissionais que, nos mais variados sectores, continuam a assegurar os bens e serviços essenciais a todos nós com um obrigado muito sentido e particular a todos os profissionais do Serviço Nacional de Saúde”, sublinha o Presidente do Conselho de Administração da NAV Portugal, General Manuel Teixeira Rolo.